A presidente do México, Claudia Sheinbaum, revelou na quinta-feira (6) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu adiar até 2 de abril a aplicação de tarifas de 25% sobre produtos mexicanos, após uma conversa telefônica entre os dois líderes. A suspensão, anunciada por Trump em sua rede social Truth Social, abrange todos os itens protegidos pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), marcando um recuo na política comercial agressiva prometida pelo republicano.
O diálogo, que durou cerca de 45 minutos, foi descrito por Sheinbaum como respeitoso e focado na soberania mexicana. “Tivemos uma boa conversa, com muito respeito pela nossa relação bilateral”, afirmou a presidente em coletiva de imprensa. A decisão de Trump veio após pressões do governo mexicano, que nos últimos 30 dias intensificou ações contra o tráfico de fentanil e reforçou a segurança na fronteira com 10 mil agentes da Guarda Nacional, atendendo a demandas americanas.
Inicialmente impostas em 4 de março, as tarifas visavam pressionar México e Canadá a fortalecer o combate ao narcotráfico e à imigração ilegal. Contudo, Trump elogiou Sheinbaum por sua “cooperação e trabalho árduo”, destacando esforços conjuntos na fronteira. “Estamos colaborando para deter o fentanil e a entrada de migrantes ilegais”, escreveu o líder americano, sinalizando que o adiamento é uma “cortesia” enquanto negociações prosseguem.
Sheinbaum, que planejava anunciar medidas retaliatórias no próximo domingo (9) caso não houvesse acordo, celebrou o resultado como uma vitória diplomática. “Mostramos que o diálogo é o caminho, sem submissão”, declarou. O alívio temporário beneficia a economia mexicana, que destina cerca de 80% de suas exportações aos EUA, mas o futuro da relação comercial permanece incerto até abril, quando as tarifas podem ser reavaliadas.