Presidente diz que Brasil não teria déficit se governasse para os mais ricos

LULA INACIO
Foto: EFE/ André Borges

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta segunda-feira (10) que o Brasil não enfrentaria um déficit fiscal caso seu governo priorizasse os interesses da elite econômica. A fala ocorreu durante um evento em que Lula voltou a defender investimentos sociais e políticas de distribuição de renda, mesmo diante das dificuldades fiscais do país.

“Se eu governasse apenas para os ricos, certamente não teríamos déficit, porque eles sempre encontram um jeito de se beneficiar do Estado. Mas eu governei e continuo governando para todos, especialmente para aqueles que mais precisam”, afirmou o presidente.

A declaração acontece em meio a debates sobre a necessidade de equilíbrio fiscal. O governo enfrenta desafios para cumprir a meta de zerar o déficit em 2024, uma promessa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. No entanto, Lula tem reiterado que não pretende adotar medidas que prejudiquem programas sociais ou enfraqueçam o investimento público.

O presidente também criticou a pressão de setores do mercado financeiro por cortes de gastos, argumentando que o ajuste fiscal não pode ser feito à custa da população mais pobre. “Tem muita gente falando que o Brasil precisa cortar gastos, mas nunca vi ninguém pedir para cortar os benefícios dos mais ricos, os incentivos fiscais bilionários ou os juros exorbitantes que drenam os recursos do país”, afirmou.

O presidente afirmou ainda que “dinheiro tem”, apesar do déficit.

“E dinheiro tem. Dinheiro tem. É só a gente dizer onde que vai colocar dinheiro. E a gente quer a contribuição dos prefeitos, nós não vamos fazer sozinho”, argumentou.

A fala de Lula gerou reações mistas. Enquanto aliados defenderam sua postura de priorizar a inclusão social, setores da oposição voltaram a criticar a política econômica do governo, alegando que a falta de controle nos gastos pode prejudicar o crescimento do país.

O tema do déficit fiscal seguirá em debate nos próximos meses, com o governo tentando equilibrar suas prioridades sociais e os desafios econômicos que enfrenta.