Estudo aponta risco fiscal para o próximo governo se não houver corte de gastos

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Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Um estudo do Núcleo de Economia e Assuntos Fiscais da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conof), da Câmara dos Deputados, aponta que o próximo governo, a ser eleito em 2026 e empossado em 2027, poderá enfrentar dificuldades fiscais já no primeiro ano de mandato, caso a atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não adote medidas para reduzir gastos.

O Brasil tem lidado com desafios para conter o avanço das despesas obrigatórias, como atraso do funcionalismo, benefícios previdenciários e programas sociais. Embora o novo arcabouço fiscal, aprovado em 2023, estabeleça limites para o crescimento dos gastos, o estudo da Conof alerta que apenas essas regras podem não ser suficientes.

Se nada for feito, o país poderá enfrentar um aumento da dívida pública e dificuldades para cumprir metas fiscais, o que poderia levar a consequências como maior carga tributária, queda nos investimentos e perda de valor.

Caminhos para o ajuste fiscal

Para evitar um cenário de crise fiscal no futuro, especialistas sugerem medidas como:

Reforma administrativa
Revisão de incentivos fiscais
Controle das despesas obrigatórias
Ampliação de privatizações e concessões

Qualquer iniciativa para reduzir despesas pode enfrentar resistência política, especialmente em um período pré-eleitoral. Medidas impopulares podem afetar a popularidade do governo e gerar em perca de votos.

O estudo da Conof reforça que, sem ajustes agora, o próximo presidente terá menos margem de manobra para investimentos em políticas públicas. Assim, a responsabilidade fiscal se torna um tema central para os próximos anos e um dos principais desafios da gestão.

A dúvida que permanece é se o governo Lula adotará medidas preventivas ou deixará essa difícil tarefa para seu sucessor.