Com seca e aumento nas exportações, custo da carne no Brasil deve afetar orçamento dos consumidores no restante de 2024 e por todo ano de 2025.
O preço da carne bovina no Brasil está em rota de disparada e deve alcançar novos patamares até o final do ano e durante o próximo. Segundo economistas, as carnes fecharão 2024 com um aumento de 12,5%, e projeta uma alta de 16,1% em 2025, totalizando 28,6%.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em setembro a carne bovina já teve uma alta de 2,97%, efeito de uma sequência de fatores como a seca, queimadas e a falta de pasto em várias regiões do país, que limitam a oferta de carne no mercado interno. Com essa pressão, cortes como o contra-filé, que subiu 3,79% no último mês, e outros como o patinho e a costela, já apresentam aumentos que refletem nos gastos das famílias.
A escassez de animais prontos para o abate agrava ainda mais a situação, uma vez que o ciclo do boi gordo se volta agora para um período de menor oferta. A arroba, que começou o ano em R$ 249,65, já havia subido para R$ 255,45 em setembro, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), e essa tendência de alta se acentuou em outubro.
Outro ponto de pressão vem das exportações aquecidas de carne bovina in natura. De janeiro a setembro, o volume exportado aumentou 30% em comparação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Esse movimento reduz a oferta interna e reforça as condições para uma nova escalada de preços, particularmente em um momento em que a demanda sazonal de fim de ano tende a crescer, impulsionada pelo pagamento do décimo terceiro salário e as celebrações de dezembro.
A perspectiva de alta pode levar consumidores a buscar alternativas de proteínas, como frango, carne suína e ovos. No entanto, o aumento da demanda por essas opções também eleva os preços, indicando que os reajustes não se limitarão apenas à carne bovina.