Café tem maior preço da história e vai aumentar até 40%

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Reprodução Pixabay

A combinação de fenômenos climáticos extremos e a alta demanda global levou o café a atingir o maior preço de sua história, com previsões de aumento de até 40% nos próximos meses.

O preço do café arábica ultrapassou US$ 3,44 por libra (0,45 kg) no mercado internacional, representando um aumento de mais de 80% somente este ano. Essa alta é atribuída a fatores climáticos severos que prejudicaram as safras nos principais países produtores, como o Brasil e o Vietnã. Enquanto o Brasil enfrentou a pior seca em 70 anos seguida de fortes chuvas, o Vietnã também foi afetado por condições climáticas adversas.

Esses problemas reduziram a produção global de café em um cenário de estoques baixos e demanda crescente. O consumo na China, por exemplo, mais do que dobrou na última década, refletindo a popularidade crescente da bebida no mercado internacional.

Aumento para o consumidor: até 40%

No Brasil, as principais marcas já anunciaram aumentos significativos para o início de 2025. O grupo 3corações, líder do setor, informou reajustes de 20% em dezembro e 21% em janeiro, totalizando uma alta de 41% para produtos como café torrado e moído. Outros itens, como cápsulas e cappuccinos, também terão aumentos de até 11%.

Já a JDE (Jacobs Douwe Egberts), dona de marcas como Pilão e L’Or, anunciou um aumento médio de 30% a partir de janeiro, podendo revisar os preços novamente em fevereiro. Ambas as empresas apontaram os custos da matéria-prima como principal justificativa para os reajustes, destacando as dificuldades em manter os preços frente à alta histórica.

O impacto dos fenômenos climáticos

Além da seca prolongada no Brasil, o excesso de chuva em momentos críticos prejudicou a floração e o desenvolvimento dos grãos. No Vietnã, maior produtor de café robusta, as secas também afetaram significativamente a produção. Esses problemas reforçam o alerta de que os efeitos climáticos extremos estão pressionando os preços agrícolas em geral.

Segundo especialistas, o setor chegou a um ponto de inflexão: as indústrias, que vinham absorvendo os custos, não conseguem mais evitar o repasse ao consumidor final.

Como consumidores podem se preparar

Com aumentos tão expressivos no horizonte, muitas pessoas poderão buscar alternativas para economizar, como escolher marcas mais acessíveis ou explorar blends com maior proporção de robusta, que historicamente tem custo inferior. Além disso, é recomendado aproveitar promoções e estoques atuais antes dos aumentos previstos.

Preço continuará subindo?

Especialistas acreditam que a tendência de alta deve persistir em 2025, especialmente porque a próxima safra brasileira já enfrenta expectativas de queda. Segundo Vinh Nguyen, CEO da Tuan Loc Commodities, à BBC, as marcas globais deverão repassar mais aumentos ao longo do ano.

O café é a segunda commodity mais negociada no mundo, perdendo apenas para o petróleo, e sua alta no mercado global reflete não apenas a crise climática, mas também a força da demanda.

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