Inflação anualizada no Brasil alcança 5,06% em fevereiro, a maior desde 2023

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Inflação anualizada no Brasil alcança 5,06% em fevereiro, a maior desde 2023

A inflação no Brasil deu um salto em fevereiro, atingindo 5,06% no acumulado dos últimos 12 meses, o maior patamar desde setembro de 2023, quando registrou 5,19%. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram uma aceleração significativa em relação aos 4,56% de janeiro, acendendo o alerta para os desafios econômicos no início deste ano.

A taxa mensal do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em fevereiro foi de 1,31%, a mais alta para o mês desde 2003, quando chegou a 1,57%. Considerando todos os meses do ano, esse é o maior índice desde março de 2022, que marcou 1,62%. O principal vilão da alta foi o grupo habitação, que subiu 4,44%, puxado pelo aumento de 16,80% no custo da energia elétrica residencial – um impacto de 0,56 ponto percentual no IPCA. Ajustes nas tarifas de água e esgoto em cidades como Campo Grande, Belo Horizonte e Porto Alegre também contribuíram para o cenário, com alta de 0,14%.

Outro setor que pesou no bolso dos brasileiros foi a educação, com elevação de 4,70%, impulsionada pelos reajustes das mensalidades no início do ano letivo. Os cursos regulares, como a pré-escola (7,02%), registraram as maiores altas. Já o grupo alimentação e bebidas teve um aumento mais moderado, de 0,70%, com destaque para a alimentação em domicílio, que subiu 0,79%.

O resultado coloca a inflação acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), fixada em 3% com tolerância de até 4,5%. É o segundo mês consecutivo que o índice ultrapassa esse limite, e o Banco Central já prevê que a meta será descumprida em junho, quando a inflação pode permanecer acima de 4,5% por seis meses seguidos. Em 2024, o IPCA fechou em 4,83%, também fora do objetivo.

O Banco Central, que mantém os juros básicos acima de 10% há três anos, projeta a Selic a 15% até o fim de 2025, o maior nível desde 2006, segundo o Boletim Focus. A instituição afirma que monitora tanto os dados de inflação quanto a atividade econômica e o consumo, que seguem influenciando os preços. Enquanto isso, o governo busca medidas para conter a alta, especialmente nos custos de alimentos, um dos focos de preocupação da gestão atual.

Com a pressão inflacionária em alta, os próximos meses serão cruciais para definir os rumos da política econômica e o impacto no poder de compra da população. O relatório completo do IBGE está disponível para consulta, trazendo mais detalhes sobre os números que moldam o cenário econômico brasileiro neste início de 2025.