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Visibilidade trans ganha destaque no mês de janeiro do HU

Visibilidade trans ganha destaque no mês de janeiro do HU

O mês de janeiro, além da cor branca, é simbolizada pela cor lilás, que é voltado para a visibilidade trans. O dia Nacional da Visibilidade Trans é lembrado anualmente no dia 29 de janeiro, desde 2004, quando o ato nacional chamou a atenção para o tema, no lançamento da campanha “Travesti e Respeito”, do Ministério da Saúde. Desde então, o tema tem conquistado mais espaço na sociedade.

O Programa de Atenção à Saúde da População Trans (Paes Pop Trans) da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (Saes), do Ministério da Saúde, anunciou investimentos de R$ 152 milhões até 2028, sendo R$ 68 mi em 2025. A estimativa é de 36 serviços ambulatoriais e 23 serviços cirúrgicos habilitados para 2025 e a ampliação para 153 serviços ambulatoriais e 41 serviços cirúrgicos habilitados até 2028.

O Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), conta com o Ambulatório de Sexualidade Humana, que oferece atendimento integral para pessoas com incongruência de gênero, incluindo consultas, exames e suporte psicológico.

No ano passado, o ambulatório passou a fornecer a dispensação de medicamentos, via Sistema Único de Saúde (SUS), para as pessoas transgênero. A coordenadora do Ambulatório de Sexualidade Humana do HU-UFSCar, ginecologista e especialista em sexualidade humana Claudia Adão Alves conta que a dispensação dos medicamentos tem tido uma interferência importante na vida social e na autoestima: “as pessoas não passam pelo constrangimento de pegar esses medicamentos nos postos de saúde ou nas farmácias espalhadas pela rede pública, mas recebem esse medicamento no ambulatório direcionado para o atendimento e acolhimento”. Além do aspecto positivo financeiro, há também o psíquico. “Os pacientes demonstram grande alegria em ter acesso aos medicamentos, em se sentirem valorizados, e por terem acesso a isso de forma humanizada”, destaca.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou o transtorno de identidade sexual ou de gênero da lista de doenças ou distúrbios mentais em 2019. A transexualidade permanece na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) como “incongruência de gênero”, mas em outra categoria: a das condições relativas à saúde sexual, sem reduzir os cuidados sobre o processo de acompanhamento médico de transição de gênero de travestis e transexuais.

A coordenadora do Ambulatório de Sexualidade Humana do HU-UFSCar explica que não existe diagnóstico, pois não se considera uma doença e, sim, uma forma da pessoa se enxergar na sociedade em que vive. Para receber o acolhimento adequado, a pessoa precisa passar por um profissional que entenda do assunto, para compreender que se trata de uma incongruência de gênero: “endocrinologista, no caso da prescrição dos hormônios, uma psicóloga para acompanhar em relação à manifestação da vontade de realizar a cirurgia, e uma assistente social. Essa equipe seria o ideal. Qualquer profissional pode realizar o encaminhamento para um serviço ou alguém que tenha a expertise para atender o caso”, explica a ginecologista.

O Ambulatório de Sexualidade Humana do HU-UFSCar funciona às quintas-feiras, com acolhimento multiprofissional de ginecologista, endocrinologista, psicóloga e farmacêutica, atuando na distribuição dos medicamentos. Quando há indicação, os pacientes já saem com os medicamentos após a consulta. Os agendamentos são feitos via Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross).

Claudia Adão trabalha na área de sexualidade humana há 18 anos e celebra os avanços: “É impressionante. Eu peguei a época em que não se tinha acesso aos medicamentos, então havia muita automedicação. E muitos desses pacientes eram vulneráveis. Ao ter um ambulatório de referência para essas pessoas com esse acolhimento de toda a equipe, eu pude perceber que os usuários começaram a procurar o tratamento adequado. Eles começam a buscar ajuda. Tem dado muito certo mesmo, tem sido uma experiência muito positiva. O nosso objetivo, enquanto ambulatório, não é só a distribuição de medicamentos, mas também a parte emocional, e eles sabem que ali eles podem contar com isso”, conclui.

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