Vestido de noiva, peça escrita por Nelson Rodrigues é encenada pelo Grupo Oficcina Multimédia no Sesc São Carlos

Vestido de noiva, peça escrita por Nelson Rodrigues é encenada pelo Grupo Oficcina Multimédia no Sesc São Carlos
Vestido de noiva, peça escrita por Nelson Rodrigues é encenada pelo Grupo Oficcina Multimédia no Sesc São Carlos

A apresentação acontece no dia 22 de maio, quarta-feira, às 20h no teatro do Sesc com venda de ingressos. No dia 21, terça-feira acontece um bate-papo com o grupo

Vestido de Noiva é uma peça teatral de Nelson Rodrigues na qual o autor mescla realidade, memória e alucinação para contar a triste história de Alaíde. Após ser atropelada por um carro em alta velocidade, ela é hospitalizada em estado de choque. Na mesa de cirurgia, oscilando entre a vida e a morte, a mente de Alaíde busca reconstruir sua própria história, e aos poucos seus sonhos inconscientes e desejos mais inconfessáveis vêm à tona. Quem vai ajudá-la nesse processo é a enigmática Madame Clessi. Juntando as peças desse quebra-cabeça, onde passado e presente convivem sem qualquer ordem cronológica, ela conduz Alaíde na busca pela reconfiguração de sua própria identidade.

Escrita em 1943, mantém-se atual: o que poderia parecer um drama familiar revela-se uma tragédia de alcance universal. Nessa obra, dividida em três atos, Nelson Rodrigues conta uma história a partir da análise do interior da mente da personagem, ou seja, de seu espírito, de sua psique, de sua alma.

“Eu me propus a uma tentativa que há muito me fascinava: contar uma história, sem lhe dar uma ordem cronológica. Deixava de existir o tempo dos relógios e das folhinhas. As coisas aconteciam simultaneamente. Por exemplo: determinado personagem nascia, crescia, amava, morria, tudo ao mesmo tempo. (…) Senti, nesse processo, um jogo fascinador, diabólico e que implicava, para o autor, uma série de perigos tremendos. Inicialmente, havia um problema patético: a peça por sua própria natureza, e pela técnica que lhe era essencial e inalienável, devia ser toda ela construída na base de cenas desconexas. Como, apesar disso, criarlhe uma unidade, uma linguagem inteligível, uma ordem íntima e profunda? Como ordenar o caos, torná-lo harmonioso, inteligente?”

Nelson Rodrigues

Proposta de Encenação do Grupo

Em Vestido de Noiva, a segunda montagem do grupo sobre uma obra de Nelson Rodrigues, utilizam movimentações de cenário e a manipulação de objetos — uma marca da encenação do Grupo Oficcina Multimédia. Na montagem de Boca de Ouro, fixaram três ambientes aconchegantes em uma grande sala de visitas, compostos de poltronas, tapetes e muitos abajures, para ambientar as três versões da história contada por dona Guigui.

O grupo busca conferir à cena uma atmosfera de flutuação e ao cenário, uma mobilidade fluida, em consonância com os desvarios da mente de Alaíde, uma mulher acidentada, que, delirante na cama de um hospital, tenta reconstruir sua história. Este cenário móvel, todo feito com rodinhas e alturas variadas, possibilita aos atores se posicionarem em níveis diferentes e se deslocarem continuamente no espaço.

Composto basicamente de cadeiras, mesas e macas hospitalares de aço inox nas cores prata, branco e preto, todo o material cênico foi escolhido pelo grupo por seu aspecto duro, gélido e higienizado, numa alusão aos ambientes assépticos de salas de cirurgia e corredores de hospitais. Em outros momentos, este ambiente frio serve à um imaginário tribunal de justiça, onde Alaíde, inconscientemente, sentindo-se culpada, é acusada de assassina, por ter matado seu marido.

Na montagem, utilizam projeção de imagens em vídeo, ora dialogando com os atores, ora servindo como suporte cênico para os personagens, ou como fio condutor da história. Um narrador serve como guia na intrincada reconstituição da história de Alaíde, utilizando-se de textos extraídos das rubricas indicadas pelo próprio Nelson Rodrigues nesta obra.

Contrastando com os objetos de aço, as cadeiras e as mesas duras e estéreis, uma grande toalha branca é estendida em cena num ritual de comemoração do casamento, assim como os véus e os diferentes vestidos de noivas, manipulados pelos atores têm caráter simbólico e reforçam o ambiente onírico da encenação.

O Grupo

O Grupo Oficcina Multimédia da Fundação de Educação Artística foi criado em 1977, pelo

compositor Rufo Herrera, no XI Festival de Inverno da UFMG. Sob a direção de Ione de Medeiros desde 1983, o Grupo montou 24 espetáculos, configurando um perfil multimeios, que se define pela multiplicidade das informações na encenação, diversidade das referências para as montagens e ênfase na criatividade, sempre fiel à experimentação e ao compromisso com o risco.

Em julho de 2022, o grupo completou 45 anos de atuação cultural ininterrupta na cidade de

Belo Horizonte, em Minas Gerais. Em sua trajetória conquistou o respeito do público e participou, com vários espetáculos em festivais nacionais e internacionais, como: 12° Festival Le Manifeste (2015), na França. Festival Internacional de Caracas, na Venezuela. 3º Festival do Teatro Brasileiro – Cena Mineira, em Brasília (DF). Festival Internacional de São José do Rio Preto/SP (2006). 2º Circuito de Festivales Internacionales “El Teatro del Mundo en Argentina” e o Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte – FITBH. Paralelamente à sua atividade teatral, o GOM realiza em Belo Horizonte os eventos culturais Bloomsday, Bienal dos Piores Poemas e Verão Arte Contemporânea.

Serviço:

bate-papo

Vestido de Noiva: processo de montagem

Com Grupo Oficcina Multimédia (MG)

Dia 21/5. Terça, 20h.

Teatro.
14 anos

espetáculo
Vestido de noiva
Com Grupo Oficcina Multimédia (GOM). Texto de Nelson Rodrigues. Direção de Ione de Medeiros.
Nesta célebre peça teatral, o autor mescla realidade, memória e delírio para contar a triste história de Alaíde. Após ser atropelada por um carro em alta velocidade, ela é hospitalizada em estado de choque. Na mesa de cirurgia, oscilando entre a vida e a morte, a mente de Alaíde busca reconstruir sua própria história. Pouco a pouco, seus sonhos inconscientes e desejos mais inconfessáveis vêm à tona. Nesse processo, conta com a ajuda da enigmática Madame Clessi. Juntando as peças desse quebra-cabeça, ela conduz Alaíde na tentativa de reconstituir sua identidade.
Dia 22/5. Quarta, 20h.
Teatro
R$ 40,00 inteira / R$ 20,00 meia entrada / R$ 12,00 Credencial Plena   

Venda online a partir das 17h de 14/5 e presencial a partir das 17h de 15/5.

90 minutos
14 anos – Autoclassificação

Data: dia 22 de maio, quarta-feira. (espetáculo)

Horário: 20h.

Ingressos: R$ 40,00 inteira / R$ 20,00 meia entrada / R$ 12,00 Credencial Plena. Lugares Limitados. 14 anos

Local: Unidade São Carlos – Av. Comendador Alfredo Maffei, 700 – Jd. Gibertoni – São Carlos – SP

Mais informações pelo telefone: 3373-2333