Uma noite para se esquecer, foi o que aconteceu na última terça-feira, 23 de julho, no Jacobucci, em São Carlos.
Segundo consta, o SAMU foi acionado para atender duas ocorrências distintas de pessoas que estavam agindo como “zumbis”, ou seja, teria usado uma droga de alta periculosidade, chamada K9.
Um dos usuários foi atendido pela Unidade de Suporte Avançado (USA), pois estava convulsionando e preocupou muito os agentes de saúde.
Já o outro usuário, foi atendido pela Unidade de Saúde Básica (USB).
Droga K9 ou zumbi, também conhecida como maconha sintética, tem feito o número de seus usuários subir. A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo identificou que, ao longo do ano de 2022, ocorreram 98 possíveis intoxicações relacionadas à substância química. Desde o início de 2023 até abril, foram registrados 216 atendimentos semelhantes — um número significativo de indivíduos atendidos, tanto na rede pública quanto na privada.
A droga K9 é uma substância sintética que imita os efeitos da maconha, mas com uma potência muito maior, devido à alta concentração de tetrahidrocanabinol (THC). Ela é feita a partir de plantas pulverizadas com produtos químicos que atuam nos receptores de canabinoides no cérebro.
“Os canabinoides são substâncias capazes de agir no nosso sistema nervoso central, por meio de receptores que se ligam ao sistema endocanabinoide”, afirma Dr. Claudio. Segundo o médico, esse sistema tem substâncias produzidas pelo próprio sistema nervoso e está ligado à regulação de várias atividades fisiológicas.
O problema é que os receptores do sistema endocanabinoide podem ser acionados por fitocanabinoides (como a maconha) e por canabinoides sintéticos. Estas versões feitas em laboratório tendem a apresentar uma potência maior e uma capacidade de causar grandes alterações, destaca o Dr. Claudio.
O psiquiatra reforça que a “a K9 é uma substância que pode ter alguns efeitos sobre a parte hemodinâmica, aumentando a chance de provocar um infarto e alterações de comportamento”. Não é à toa que também se chama droga zumbi, visto que o indivíduo tende a ficar estranho, agressivo e alienado.
A K9 ainda pode causar alucinações, paranoia, ansiedade, taquicardia, convulsões e até a morte. Como deixa a pessoa entorpecida e completamente fora da realidade, inclusive com perdas de sentido, ela gera impactos consideráveis na rotina de seus usuários e das pessoas que convivem com os dependentes.
Após o uso, o indivíduo corre o risco de ser atropelado, pular de um prédio ou viaduto e até de agredir terceiros, sem saber o que está fazendo. Fica fácil entender por que a droga é ilegal em muitos países. Hoje, ela pode ser encontrada em diferentes apresentações, principalmente na forma de cigarros, incensos ou ervas aromáticas.
A droga K9 é uma das mais mortais da atualidade e pode causar danos irreversíveis ao cérebro e ao coração. É uma mistura de cocaína, heroína e fentanil, um opióide sintético 50 vezes mais potente que a morfina. Essa combinação é extremamente perigosa porque aumenta o risco de overdose e de parada cardíaca.
Além disso, a K9 pode provocar, além dos problemas citados, esquizofrenia e depressão.
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