Entre os fatores estão as doenças respiratórias, como gripe, rinite, sinusite, bronquiolite, asma, pneumonia, bronquite, COVID-19 e também o crescimento do número de casos positivos de dengue. Com isso aumentou em 218,5% a procura por atendimento médico de urgência e emergência comparado aos primeiros meses do ano.
O Brasil já ultrapassou a marca de 4,1 milhões de casos positivos de dengue em 2024 e o estado de São Paulo já confirmou 879.226 casos, segundo dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. São Carlos também registra uma epidemia de dengue. A cidade já confirmou como positivos 2.413 casos de dengue, ante 726 durante todo o ano de 2023, um crescimento de 332% nos casos positivos da doença.
A cidade também vem sofrendo com doenças respiratórias. As três Unidades de Pronto Atendimento da Cidade, UPAS’s localizadas nos bairros Cidade Aracy, Santa Felícia e Vila Prado, que antes realizavam uma média de 270 a 300 atendimentos/dia por unidade, agora registram entre 450 a 590 atendimentos diários, um crescimento de 218,5%, na busca por consultas médicas e procedimentos, tendo como consequência uma sobrecarga nos atendimentos de urgência e emergência da cidade e ocupação de leitos de estabilização.
Denise Scatolini, chefe de Seção de Informação, Educação e Comunicação do Departamento de Vigilância em Saúde, informou que atualmente o coeficiente de incidência de dengue em São Carlos chega a 878,92 casos, valor muito superior aos 300 casos por cem mil habitantes que são necessários para ser considerado uma epidemia, de acordo com critérios da Organização Mundial de Saúde.
“Outro fator complicador do aumento dos casos de dengue é a pendência, ou seja, a somatória de imóveis fechados, desocupados e recusa de vistoria e orientação das atividades de Vigilância e Controle do Aedes aegypti pelos agentes de combate a endemias”.
Não bastasse os casos de dengue a cidade tem registrado também um aumento na procura por atendimento médico em razão de agravos por doenças respiratórias. Os pacientes com doenças respiratórias necessitam ficar um tempo maior na UPA para inalação e medicação.
Jôra Porfírio, secretária municipal de Saúde, explica que os agravos dos casos de dengue têm ocorrido também pelo soro tipo 1, e as doenças respiratórias por vírus que se modificam e surgem mais resistentes. “Os agravos de dengue e as doenças respiratórias, somados, tem provocado aumento na busca por atendimento médico, a pessoa contaminada precisa de um período fazendo hidratação, ocupa um lugar, ou seja, vai se formando um aglomerado de pessoas. Hoje as nossas UPA’s já contam com 4 clínicos por plantão, o Ministério da Saúde determina 2, porém aqui com autorização do prefeito Airton Garcia dobramos o número de médicos nas unidades e agora, com esse aumento, chamamos um quinto médico para dar vazão aos atendimentos nas UPA’s da cidade”, relatou a secretária de Saúde.
Entre as ações emergenciais que estão sendo tomadas pela Secretaria Municipal de Saúde para desafogar o fluxo de atendimentos na UPA’s constam a contratação de empresa para operar drones que farão o mapeamento da cidade e detectar os focos de dengue para o direcionamento das visitas dos agentes de combate as residências; contratação de mais equipes; de um laboratório para realizar os exames laboratoriais e apresentar na hora o resultado do número de plaquetas para evitar que o paciente tenha agravo da doença; compra de mais cadeiras para hidratação; médico exclusivo para os testes e atendimento dos pacientes com suspeita de dengue e mais equipes de enfermagem.
Nos casos das doenças respiratórias que acomete principalmente as crianças, a SMS está adquirindo também a testagem para Influenza e os testes rápidos de dengue, reforçando a equipe com mais 1 médico, dois enfermeiros e 3 auxiliares de enfermagem por turno de equipe.
Jôra Porfirio lembrou que a população também pode tomar a vacina contra a gripe liberada pelo Ministério da Saúde para a população em geral, uma vez que o índice de cobertura vacinal na cidade está baixo, em apenas 29,89%. A SMS reforça que a vacina é segura, salva vidas e previne agravos de saúde por doenças respiratórias.
“O nosso objetivo é que com a implantação deste conjunto de medidas a demanda por atendimentos de emergência diminua. O reforço de pessoal, além de atender prontamente a população, visa também evitar o desgaste do trabalho dos servidores da área de saúde que muitas vezes também acabam adoecendo. Queremos prevenir doenças e preservar a saúde do trabalhador”, finalizou a secretária de Saúde, Jôra Porfírio.
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