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Tese desenvolvida na Física da UFSCar é premiada pela SBF

Tese desenvolvida na Física da UFSCar é premiada pela SBF

Trabalho recebeu duas honrarias: melhor tese e menção honrosa no Prêmio José Leite Lopes

Uma tese desenvolvida no âmbito o Programa de Pós-Graduação em Física (PPGF) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) recebeu dupla premiação pela Sociedade Brasileira de Física (SBF). Intitulado “Magnetic Fields as a Tool to Control Superconducting Devices“, o trabalho foi realizado por Davi Araújo Dalbuquerque Chaves, orientado pelo professor Maycon Motta e coorientado pelo docente Wilson Aires Ortiz, ambos do Departamento de Física (DF) da UFSCar.

A tese recebeu duas honrarias: foi escolhida como a melhor tese da área de Física da Matéria Condensada (FMC) eleita pela comissão dessa área na SBF; dessa forma, essa escolha habilitou o trabalho a concorrer ao prêmio de melhor tese geral da área de Física, denominado Prêmio José Leite Lopes 2024, recebendo menção honrosa.

O Prêmio de Melhor Tese abrange 12 categorias, que correspondem às 12 Comissões de Área da Sociedade Brasileira de Física. Entretanto, foram escolhidas vencedoras do Prêmio SBF de Teses de Doutorado 2024 as teses das seguintes áreas: Física da Matéria Condensada, Ótica e Fotônica, Partículas e Campos e Física Médica.

A seleção começa com a inscrição da tese pelo orientador, submetendo uma carta de encaminhamento, um resumo estendido, a própria tese e os artigos científicos publicados do trabalho. Em seguida, uma comissão nomeada pela SBF da área de Física da Matéria Condensada faz a seleção. Outra comissão avalia as teses vencedoras das diferentes áreas e escolhe o ganhador e aqueles que terão menção honrosa. 

“Ter meu trabalho de doutorado reconhecido pela comunidade, representada pela Sociedade Brasileira de Física, foi realmente especial. Os anos de estudo e pesquisa que estão atrás de toda tese de doutorado sempre têm seus momentos desafiadores e ter concluído esta etapa da carreira com sucesso, recebendo o aval da comunidade, confirma sentimentos positivos sobre escolhas que fizemos ao longo desses quatro anos. Certamente, a premiação serve como motivação para permanecer buscando fazer ciência com impacto tangível e positivo”, afirmou Chaves.

“É de fato uma honra receber o reconhecimento dos nossos colegas, representados pela figura da SBF. O prêmio reconhece o esforço realizado durante quatro anos para a conclusão bem-sucedida do doutorado e confirma que fizemos não apenas um bom trabalho, mas também boas escolhas, que posicionam a pesquisa realizada no Grupo de Supercondutividade e Magnetismo da UFSCar em uma posição de destaque no cenário brasileiro”, concluiu Motta.

A pesquisa
A pesquisa de doutorado do Davi tratou de materiais conhecidos como supercondutores, classe de materiais que possui características específicas, como o fato de ter condutividade elétrica perfeita. Essas características fazem desses materiais um dos principais motores no desenvolvimento do que chamamos de tecnologias quânticas na atualidade. 

Em particular, supercondutores são empregados com sucesso no rápido desenvolvimento de “computadores quânticos”, que prometem revolucionar nossa capacidade de computação e ampliar as fronteiras do conhecimento. Para aprimorar o funcionamento desses computadores, é desejável desenvolver uma eletrônica compatível às suas condições de funcionamento, ou seja, uma eletrônica também supercondutora. 

Foi neste contexto que se inseriu a pesquisa de doutorado desenvolvida na UFSCar, que buscou entender diferentes formas de utilizar campos magnéticos para controlar as propriedades de materiais supercondutores visando desenvolver dispositivos eletrônicos compatíveis com novas tecnologias quânticas.

“Ao estudar como a distribuição espacial do campo magnético afeta supercondutores, demonstramos novos efeitos que permitem criar dispositivos supercondutores pensados para integração com tecnologias quânticas. Uma grande vantagem destes dispositivos é o fato de seu funcionamento estar relacionado com entidades de fluxo magnético de dimensões nanométricas, conhecidas como ‘vórtices’, o que permite a miniaturização dos dispositivos e facilita sua implementação conjunta com outros elementos em chips supercondutores contendo múltiplas funcionalidades, como os microchips utilizados na tecnologia com a qual convivemos diariamente”, explicou o orientador.

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