Tecnologia ameaça escrita manual: jovens da Geração Z enfrentam dificuldades inéditas

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A crescente dependência da tecnologia e das redes sociais está impactando significativamente habilidades de escrita que a humanidade desenvolve há mais de 5 mil anos, alertam educadores. A Geração Z, composta por jovens nascidos na era digital, enfrenta desafios como dificuldades na escrita manual, caligrafia ilegível e problemas na elaboração de textos complexos.

Estudos, como o da Universidade de Stavanger, na Noruega, apontam que a ausência da prática da escrita manual por apenas um ano pode comprometer a fluência caligráfica. Cerca de 40% dos estudantes pesquisados apresentaram dificuldades em manter uma escrita legível e relataram fadiga ao utilizar papel e caneta.

A pesquisadora e professora de linguagens Nedret Kiliceri observa que a falta de treinamento e prática está deteriorando a caligrafia dos alunos. Ela destaca que muitos estudantes substituíram o uso de papel e caneta por dispositivos tecnológicos desde cedo, o que prejudica suas habilidades de escrita no ensino médio e na universidade.

Além disso, a comunicação predominante em frases curtas nas redes sociais tem afetado a capacidade dos jovens de estruturar parágrafos e desenvolver argumentos mais elaborados. Kiliceri ressalta que a influência das redes sociais e a predominância de testes de múltipla escolha levaram os alunos a evitar frases longas, comprometendo a coesão textual.

No Brasil, o filósofo e professor Robson Ribeiro destaca que, desde a criação do sistema de escrita cuneiforme há cerca de 5.500 anos, a escrita tem sido fundamental para a preservação do conhecimento e expressão criativa. Ele aponta que, embora a tecnologia amplie as possibilidades de comunicação, também promove relações efêmeras e imediatistas. Ribeiro defende uma abordagem híbrida que combine o uso de ferramentas digitais com a prática da escrita manual para preservar essas habilidades essenciais.