A gigante farmacêutica suíça Roche anunciou na quarta-feira (12) a assinatura de um acordo histórico de US$ 5,3 bilhões com a empresa dinamarquesa de biotecnologia Zealand Pharma. O contrato, considerado o maior já registrado para um medicamento contra obesidade, visa o desenvolvimento e a comercialização de um tratamento inovador de nova geração, com foco no crescente mercado de perda de peso.
O acordo de licenciamento prevê a colaboração entre as duas empresas no avanço do petrelintide, um medicamento à base de hormônio amilina, que regula a saciedade e pode ajudar os pacientes a se sentirem satisfeitos por mais tempo. A Roche planeja desenvolver o petrelintide tanto como um tratamento independente quanto em combinação com outro remédio potencial contra obesidade em seu portfólio, que opera de maneira semelhante aos já populares no mercado, como os baseados em GLP-1. O novo medicamento também será administrado por meio de uma injeção semanal.
A Zealand Pharma receberá um pagamento inicial de US$ 1,65 bilhão, com a possibilidade de ganhos adicionais conforme o progresso do desenvolvimento e das vendas, podendo alcançar o valor total de US$ 5,3 bilhões. As duas companhias dividirão os lucros igualmente, em uma proporção de 50% cada, nos mercados dos Estados Unidos e da Europa, enquanto a Roche terá direitos exclusivos de comercialização no restante do mundo. O petrelintide, que está na fase 2 de testes clínicos, tem previsão de lançamento para 2030 e pode promover uma perda de peso entre 15% e 20% do peso corporal, segundo estimativas de analistas.
A iniciativa reflete os esforços da Roche para se posicionar no mercado competitivo e lucrativo de tratamentos para obesidade, atualmente dominados por empresas como a Novo Nordisk, fabricante do Ozempic e Wegovy, e a Eli Lilly, responsável por Mounjaro e Zepbound. Em 2023, a Roche já havia investido US$ 3,1 bilhões na compra da Carmot, outra empresa focada em soluções para perda de peso, sinalizando sua determinação em alcançar os líderes do setor.
O anúncio impulsionou as ações das duas empresas: a da Zelândia subiu impressionantes 29% na bolsa dinamarquesa, enquanto a da Roche registrou alta de 5,3% na Suíça. Por outro lado, a Novo Nordisk viu suas ações caírem 3,9% após divulgar os resultados abaixo do esperado em testes de seu medicamento CagriSema.
Apesar do otimismo, analistas apontam desafios. Christoph Wirtz, gerente de portfólio da Rothschild & Co Wealth Management, destacou que o mercado de obesidade já é altamente competitivo, com a Eli Lilly e a Novo Nordisk há anos à frente em expertise e capacidade de produção. “Há um longo caminho a percorrer para tornar este acordo bem-sucedido para a Roche”, afirmou Wirtz, ressaltando a presença de diversas tecnologias concorrentes em desenvolvimento.
A aposta da Roche no petrelintide é vista como uma tentativa de oferecer uma alternativa aos medicamentos à base de GLP-1, que, embora eficazes, apresentam efeitos colaterais como náuseas e perda de massa magra. A amilina, por outro lado, é considerada promissora por preservar a melhor musculatura, o que pode atrair pacientes e médicos em busca de opções mais equilibradas.
Com a obesidade sendo um problema de saúde global em ascensão, o mercado de medicamentos para perda de peso tem atraído forte interesse de investidores e empresas farmacêuticas. A parceria entre a Roche e a Zelândia reforça a corrida por tratamentos inovadores, que podem transformar a vida de milhões de pessoas e gerar bilhões em receitas nas próximas décadas.
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