O cavalo de sela brasileiro comemora neste mês noventa anos de tradição.
Os Mangalargas são descendentes dos cavalos lusitanos da linhagem Alter-Real, os quais vieram para o Brasil por meio da Corte portuguesa no início do século XIX e que foram cruzados com éguas coloniais espanholas, por fazendeiros da região sul de Minas Gerais. Ganharam expressiva influência na história brasileira ao participar de todos os seus ciclos econômicos, seja como meio de transporte ou tração, moeda de troca ou mercadoria. Pelas características próprias de sua marcha, e por questões legais quando da migração dos cavalos da raça para o estado de São Paulo e da criação da primeira associação dos criadores do Mangalarga daquele estado (1934), seus criadores mineiros acabaram qualificando a raça, diferenciando-a como Mangalarga Marchador. A denominação Mangalarga, sem o Marchador, ficou para os animais registrados na associação do estado de São Paulo, que acabaram por desenvolver uma raça única, com padrões específicos para as topografias dos campos paulistas.
São cavalos de tronco extremamente fortes, com boa musculatura, com peito e costelas amplas e bem definidas, e que dão segurança na hora de o cavaleiro montar o animal.
Além da estatura mais elevada em relação ao Mangalarga Marchador, o que os difere é a marcha. A marcha do Mangalarga Marchador é picada, batida ou de centro, enquanto a do Mangalarga paulista é trotada, com andamento diagonal e bipedal de dois tempos. O Mangalarga Marchador tem dificuldade para o galope, o que não acontece com o Mangalarga Paulista.
É uma raça bastante eficiente para o trabalho, suportando atividades mais pesadas e por longos períodos de tempo.
A associação dos criadores de cavalos da raça mangalarga, realizará após 16 anos, a exposição nacional da raça, no Parque da Água Branca, em São Paulo, palco de grandes eventos da entidade ao longo de sua história quase centenária.