Queimadas de cana-de-açúcar geram impactos ambientais

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A introdução do carro flex, que pode utilizar tanto etanol quanto gasolina no setor automotivo incentivou um novo ciclo no cultivo da cana-de-açúcar, que se tornou crucial para a produção de etanol. O etanol, por sua vez, se consolidou como uma fonte alternativa de energia, menos poluente e renovável, alinhada às preocupações com as mudanças climáticas. Dessa forma, a cana-de-açúcar se estabeleceu como uma das principais matrizes energéticas do Brasil, contribuindo significativamente para a diversificação da matriz energética do país e para a redução da dependência do petróleo.

O Brasil é hoje o maior produtor de cana-de-açúcar açúcar do mundo. O Estado de São Paulo é o maior produtor, sendo responsável por mais de 60% de toda produção nacional de açúcar e etanol e, também, por mais de 70% das exportações. A região de Ribeirão Preto é responsável por 45% do total produzido no estado e vários outros municípios têm grandes áreas de plantio com diversas usinas instaladas, gerando milhares de empregos diretos e indiretos.

Apesar dos benefícios econômicos apresentados pela expansão do setor sucroalcooleiro, algumas questões precisam ser mais bem discutidas sobre a cultura, como os impactos ambientais causados pelas queimadas.

Um dos pontos mais críticos sobre a queima da palha da cana-de-açúcar são as emissões de gases do efeito estufa na atmosfera, principalmente o gás carbônico (CO2), como também o monóxido de carbono (CO), óxido nitroso (N2O), metano (CH4) e a formação do ozônio (O3), além da poluição do ar atmosférico pela fumaça e fuligem.

As queimadas no Estado de São Paulo ocorrem principalmente durante a estação seca de abril a novembro, coincidindo com o período de baixas precipitações e piores condições de dispersão da fumaça e de partículas da fuligem, o que agrava seus efeitos sobre a qualidade do ar, provocando transtornos pela sujeira nas residências domésticas e causando doenças dermatológicas, cardiovasculares e respiratórias na população devido à poluição atmosférica.

Apesar da criação de lei para regulamentar as queimadas da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, a intensificação da colheita mecanizada de cana devido à evolução tecnológica, o que possibilita um maior ganho ambiental e resulta principalmente em menor emissão de poluentes atmosféricos e na melhoria da qualidade do solo.

Nestas últimas semanas, principalmente nesse inverno seco que enfrentamos, muitas queimadas estão ocorrendo, tanto da cana-de-açúcar, quantos nas áreas florestais, o que faz um desequilíbrio ambiental gigantesco.

Esperamos que as pessoas não ateiem fogo e que Deus nos envie uma chuva o quanto antes.