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A Polícia Federal (PF) realizou uma operação no interior de São Paulo que revelou o uso de cavalos de raça como meio para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Foram apreendidos dois cavalos avaliados em R$ 3 milhões em um haras localizado em Indaiatuba.
A investigação apontou que a compra desses animais, juntamente com a aquisição de imóveis, fazia parte de um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico internacional de cocaína. Um dos cavalos apreendidos, uma égua puro-sangue inglês, chegou a vencer uma corrida de 1.500 metros no Jockey Club de São Paulo.
A propriedade onde os animais foram encontrados foi adquirida em 2024 por R$ 25 milhões por indivíduos acusados de envolvimento com o tráfico internacional de drogas, incluindo Willian Barile Agati, preso em janeiro. Barile é suspeito de liderar um consórcio entre organizações criminosas brasileiras e a máfia italiana para o envio de cocaína à Europa, utilizando o porto de Paranaguá, no Paraná, e aviões particulares.
A Justiça Federal determinou o bloqueio de imóveis, contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, totalizando R$ 31,5 milhões. A PF identificou que o esquema de lavagem de dinheiro envolvia contas de passagem, empresas de fachada e transações imobiliárias.
Durante a operação, constatou-se o envio de grandes quantidades de cocaína para a Europa, ocultadas em carregamentos de louças sanitárias e madeiras destinadas à Espanha. Além disso, foram realizados voos com até 1,5 tonelada de cocaína para aeroportos de Portugal e Bélgica.
A PF deve solicitar à Justiça que os cavalos apreendidos sejam leiloados, como parte das medidas para desarticular o esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.