Palmeiras busca R$ 150 milhões com novos patrocínios e não deve ter Crefisa em 2025

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Foto: Fabio Menotti

A presidente Leila Pereira diz que o Palmeiras deve encaminhar até o início de outubro quais marcas vão patrocinar o uniforme do time masculino a partir de 2025. A tendência é que Crefisa e Faculdade das Américas, empresas da dirigente, não estejam estampadas na camisa alviverde após dez anos.

Durante o evento de lançamento da sua candidatura à reeleição, Leila não quis abrir valores. O ge, porém, apurou que a meta é buscar em torno de R$ 150 milhões com novos parceiros, sem o acordo de exclusividade, como é com as atuais patrocinadoras.

Isto pode trazer um aumento significativo ao Palmeiras, que recebe R$ 81 milhões fixos do contrato com a Crefisa e Faculdade das Américas, podendo chegar a R$ 120 milhões com bônus por conquistas.

O valor é aplicado desde 2019 e foi mantido sem reajuste na renovação de 2021 para todas as áreas do uniforme.

O departamento de marketing já está terminando o período de concorrência das marcas que desejam patrocinar o clube. Nomes dos interessados são mantidos em sigilo. Para chegar nos R$ 150 milhões, a ideia do Verdão é buscar diferentes empresas para todas as áreas disponíveis no uniforme.

Por contrato, Crefisa e FAM podem cobrir o que for ofertado, mas a sinalização é de que as empresas não devem ficar nem com áreas menores do uniforme.

– Meu diretor de marketing (Everaldo Coelho da Silva) está no mercado, buscando parceiros. Daqui uns 10 dias isso vai estar resolvido com relação a valores. E aí se a Crefisa decidir cobrir a proposta, vou submeter o meu valor para o Conselho de Orientação e Fiscalização, porque eu não posso, eu presidente do Palmeiras, aceitar uma proposta da Crefisa – declarou Leila.

A decisão de levar a proposta ao COF se dá pelo fato de Leila ser presidente do Palmeiras e da Crefisa e FAM. Essa relação é o ponto que opositores entendem gerar o maior conflito de interesses desta gestão.

Todas as negociações até hoje foram com Leila como patrocinadora, e Paulo Nobre ou Maurício Galiotte como os presidentes do Palmeiras. A última renovação, ocorrida no fim de 2021, foi feita antes dela vencer a eleição presidencial.

– Acho saudável que tenha-se outros parceiros. É um pequeno spoiler que eu estou dando para vocês. Acho saudável. Acredito que tudo na vida tem um ciclo. Eu acho que o ciclo da Crefisa pode estar se encerrando – avaliou Leila.

– Eu acho que tudo tem um ciclo na vida. Das minhas empresas, nós fizemos muito pelo Palmeiras. O Palmeiras também fez muito pelas minhas empresas. Mas eu vou te falar uma coisa. Pode ser que a Crefisa saia da camisa do Palmeiras, mas o Palmeiras jamais vai sair da vida da presidente da Crefisa. O que eu puder ajudar como presidente, ou mesmo não sendo presidente do Palmeiras, eu vou continuar colaborando – completou.

Em julho, o Verdão teve outra negociação importante, com a Puma, para renovar o fornecimento de material esportivo. O acordo, até o fim de 2028, renderá mais de R$ 40 milhões por ano ao clube.

Casas de apostas fora do páreo?

A Esportes da Sorte e a Betnacional são casas de apostas que manifestaram interesse em concorrer ao patrocínio, mas não tiveram abertura no clube.

Isto fez gerar a discussão se o Palmeiras estava fechando as portas para casas de apostas, que nos últimos anos se tornaram as principais investidoras no futebol brasileiro.

Por conta deste cenário envolvendo altas cifras, o clube mantém conversas com “bets”, mas há um cuidado para se avaliar a trajetória da empresa.

Esta decisão se tornou ainda mais forte internamente após a própria Esportes da Sorte, que patrocina o time feminino, virar alvo da operação “Integration”, da Polícia Civil de Pernambuco.

Dívida com a Crefisa perto do fim

O ano de 2024 não deve ser o último apenas da relação de patrocínio entre Palmeiras e Crefisa, mas também encerrará a dívida do clube com a patrocinadora pelo aporte na contratação de atletas.

O valor devido baixou da casa de R$ 10 milhões no início do segundo semestre. De acordo com o balancete de julho, o clube precisa pagar R$ 9,3 milhões para a empresa.

A projeção é que o valor seja quitado até o fim deste ano – em julho, o clube devolveu pouco mais de R$ 2 milhões. Neste momento, a dívida já está zerada no passivo não circulante (a longo prazo), restando apenas no circulante (a curto prazo).

O débito chegou a atingir R$ 172,1 milhões no fim de 2019 e desde então vem reduzindo, porque o Palmeiras também não utiliza mais aportes da empresa para contratar reforços.

Além das vendas do atletas contratados com o aporte, o clube tem diminuído a dívida com os bônus pagos pela empresa após conquistas de títulos.

Por Thiago Ferri / ge