Política

Oposição convoca protestos em massa e rebelião militar contra posse de Maduro

crédito: Arnulfo Franco/AFP)

A poucas horas dos protestos convocados pela oposição, em defesa da democracia e contra a posse de Nicolás Maduro, a Venezuela assiste a uma escalada repressiva. Depois da prisão de Rafael Tudares, genro do ex-diplomata Edmundo González Urrutia, autoproclamado vencedor nas eleições de 28 de julho, e do cerco à casa da mãe da opositora María Corina Machado, o ex-candidato a presidente Enrique Márquez e o ativista pela liberdade de expressão Carlos Correa foram capturados por homens encapuzados.

Na terça-feira (7/1), Maduro anunciou a ativação de um “plano de defesa”, com mobilização maciça de militares e policiais. González Urrutia espera desembarcar em Caracas para ser empossado presidente, acompanhado de, pelo menos, nove ex-chefes de Estado de nações latino-americanas. Nesta quarta-feira *(8), ele participou de um Ato de Reafirmação da Democracia, na Cidade do Panamá, onde exibiu as atas eleitorais com os registros de votos obtidos há quase seis meses. “Essas atas são minha verdadeira faixa (presidencial)”, declarou, ao lado do chanceler panamenho, Javier Martínez-Acha.

“Venezuelanos que estão em todo o mundo: mostrem seu rosto! Em 9 de janeiro, faremos vibrar o mundo com um só grito: Glória ao povo venezuelano!”, afirmou María Corina em um vídeo publicado nas redes sociais. Segundo ela, cada país testemunhará a força e a presença dos venezuelanos no exílio. Ante manifestações convocadas também na Venezuela, o centro de Caracas está tomado por centenas de agentes de seguranças fortemente armados desde a semana passada.

Coordenador geral do Programa Venezuelano de Educação e Ação em Direitos Humanos (Provea), Oscar Murillo afirmou ao Correio que os cidadãos do país saíram a votar, estimulados pela esperança de um futuro melhor e pela reconstrução democrática. “A resposta do regime de Nicolás Maduro tem sido não apenas o desconhecimento da vontade popular, mas também uma reação repressiva. Ele mobilizou diferentes estratégias de perseguição política para inibir, silenciar e calar as vozes dissidentes e críticas da sociedade venezuelana”, explicou. “Acreditamos que, sem dúvida, ante a aproximação de uma data importante, como a posse presidencial, cuja legitimidade é altamente questionável, no caso de Nicolás Maduro, a resposta a esse cenário será de maior repressão.”

Murillo avalia que os líderes da oposição correm um risco enorme nas próximas horas. De acordo com ele, a repressão política não tem discriminado integrantes, representantes ou porta-vozes de partidos políticos. O ativista dos direitos humanos afirma que a Venezuela tem presenciado um ataque generalizado à sociedade civil. “O objetivo é neutralizar a convicção democrática e a firmeza cívica demonstradas pela sociedade venezuelana em diferentes momentos. Na Venezuela, não existem garantias judiciais plenas para o pleno aproveitamento dos direitos civis e políticos. Há um ataque sistemático progressivo contra todos aqueles que se separarem de uma narrativa oficial que deseja impor uma verdade. Os venezuelanos buscam a restauração da liberdade.”

O coordenador geral do Provea assegura que o mandato do governo de Maduro termina hoje. “Ele tomou uma decisão — articulada com o comando militar e com o Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), com a anuência de governadores e prefeitos — de avançar, desconhecendo a vontade popular e ignorando todas as críticas. Para Maduro e os setores que o mantêm no poder, o plano é aprofundar o autoritarismo em um projeto bastante similar ao da Nicarágua, onde se cerceiam os direitos políticos e se fecham os espaços para os meios de comunicação”, disse Murillo, para quem o custo de permanecer no comando da nação é menor do que o de transferir o poder.

CORREIO BRAZILIENSE

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