Lula critica prefeitos que não usam SUS, mas se tratou no Sírio-Libanês

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou prefeitos que não utilizam os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e matriculam seus filhos em escolas particulares, alegando que essa postura demonstra falta de compromisso com os serviços públicos. No entanto, a fala gerou polêmica, pois o próprio presidente já recorreu a atendimentos em hospitais privados, como o Sírio-Libanês, um dos mais renomados do país.

Durante um evento público, Lula afirmou que gestores públicos deveriam dar o exemplo e confiar nos serviços oferecidos pelo Estado. “Se o prefeito não confia no SUS e coloca os filhos na escola particular, que moral ele tem para convencer a população de que o serviço público funciona?”, declarou o presidente.

A crítica, no entanto, reacendeu debates sobre a coerência do discurso do chefe do Executivo. Em diversas ocasiões, Lula realizou tratamentos médicos no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, referência em medicina de alta complexidade e atendimento a diversas figuras políticas e empresariais do país.

A oposição e parte da sociedade civil rapidamente reagiram às declarações, apontando uma contradição entre o discurso e a prática. Parlamentares da oposição criticaram a fala de Lula, destacando que a decisão de utilizar serviços públicos ou privados é um direito de qualquer cidadão, incluindo gestores públicos.

Aliados do presidente argumentam que a declaração foi uma cobrança legítima para que os governantes invistam e fortaleçam os serviços públicos, tornando-os acessíveis e de qualidade para toda a população. Além disso, ressaltam que a comparação entre o uso pessoal de serviços privados e a obrigação de um prefeito em investir na rede pública são discussões diferentes.

O debate levanta novamente a questão da qualidade dos serviços públicos no Brasil e a necessidade de investimentos para garantir que saúde e educação de qualidade sejam acessíveis a toda a população, independentemente da classe social.