O governo Lula (PT) espera que a saída de Joe Biden da disputa à Casa Branca tire os democratas da defensiva e mude a narrativa até o momento favorável a Donald Trump na eleição dos Estados Unidos.
A expectativa entre assessores é que a mudança de nome altere o cenário atual e que os democratas consigam construir até a convenção do partido uma candidatura competitiva. A atual vice, Kamala Harris, recebeu o apoio de Biden e é a favorita para conseguir a nomeação e enfrentar Trump.
A eleição nos EUA e a perspectiva de uma vitória de Trump geram temor no Planalto. Não apenas pela linha ideológica radicalmente oposta à de Lula, mas pela proximidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o trumpismo.
avaliação entre conselheiros de Lula é que Biden perdeu o controle da sua campanha nos EUA após o debate com Trump em que pareceu frágil e às vezes confuso. O desempenho fortaleceu a tese de que Biden é um político velho demais para concorrer e não teria energia para um segundo mandato.
A situação se agravou com a tentativa de assassinato contra Trump, em que o republicano, mesmo após sofrer um atentado, deixou o palco com o punho levantado e exortando seus apoiadores a lutar.
Na visão do Planalto, a substituição de Biden cria um fato novo na campanha e recoloca o foco novamente sobre o partido Democrata.
Kamala é apontada por uma parte dos analistas nos EUA como uma candidata com problemas de popularidade.
avaliação entre conselheiros de Lula é que Biden perdeu o controle da sua campanha nos EUA após o debate com Trump em que pareceu frágil e às vezes confuso. O desempenho fortaleceu a tese de que Biden é um político velho demais para concorrer e não teria energia para um segundo mandato.
A situação se agravou com a tentativa de assassinato contra Trump, em que o republicano, mesmo após sofrer um atentado, deixou o palco com o punho levantado e exortando seus apoiadores a lutar.
Na visão do Planalto, a substituição de Biden cria um fato novo na campanha e recoloca o foco novamente sobre o partido Democrata.
Kamala é apontada por uma parte dos analistas nos EUA como uma candidata com problemas de popularidade.
Sobre isso, conselheiros de Lula dizem que qualquer avaliação no momento é prematura e que os EUA são um país extremamente polarizado, com Trump também enfrentando uma alta rejeição. Eles lembram que ainda não está claro se ela será a candidata, uma vez que diferentes alas do partido Democrata podem tentar criar uma disputa na convenção.
Apesar desta avaliação entre palacianos, Lula não se pronunciou oficialmente sobre a desistência do atual mandatário americano da disputa à reeleição.
Nos próximos dias, ele deve ser aconselhado a fazer suas primeiras declarações sobre o fato elogiando a carreira de Biden e seu histórico de serviço público, não sobre o futuro da corrida presidencial dos EUA.
O objetivo é evitar falas que soem como interferência no processo eleitoral americano –uma vez que Lula terá que conviver com quem quer que vença a disputa. Há medo na equipe econômica do petista de que eventuais conflitos com Trump por questões ideológicas minem a relação comercial entre os dois países.
Um membro da equipe econômica lembra da diferença da postura do petista em relação a Biden, por exemplo, na guerra entre Israel e Hamas e acredita que em um eventual governo Trump a reação dos EUA poderia ser diferente.
De acordo com esse integrante do governo, em um cenário pessimista, uma simples ameaça por Trump de alguma medida comercial contra o Brasil seria suficiente para derrubar a bolsa de valores, elevar o dólar e causar uma crise no país.
No entanto, esses assessores também ponderam que em suas duas primeiras gestões Lula manteve relação pessoal mais próxima com o republicano George W. Bush do que com o democrata Barack Obama. Ainda, afirmam que, caso Trump vença, Lula adotará postura pragmática, a exemplo do que tem feito em relação ao presidente da Argentina, Javier Milei.
Lula já falou publicamente sobre as eleições nos Estados Unidos. No fim de junho, o petista afirmou que não gosta de opinar nas eleições americanas, mas que é simpático a Biden.
“O Biden é a certeza de que os EUA vão continuar respeitando a democracia. O Trump já deu aquela demonstração quando ele invadiu o Capitólio. Fez lá o que se tentou fazer aqui no Brasil no 8 de janeiro.”
“Como democrata estou torcendo para que o Biden saia vitorioso. Tenho uma relação sólida com ele e pretendo manter”, afirmou Lula em entrevista à rádio Itatiaia.
O presidente afirmou que o resultado das eleições americanas não devem alterar o clima político no país, mas fez críticas a Donald Trump.
“Se Trump ganhar, a gente não sabe o que ele vai fazer. Sinceramente, a gente não tem noção. Ele chegou a dizer que se algum país quiser escapar do dólar como moeda de referência ele vai punir o país. Ele não é presidente do mundo. Essas pessoas que fazem muita bravata não são boas para a política”.
Em fevereiro, Lula já tinha declarado sua afinidade com a candidatura democrata para as eleições americanas.
“Eu espero que o Biden ganhe as eleições. Eu espero que o povo possa votar em alguém que tenha mais afinidade. Eu tenho visto o Biden em porta de fábrica. O discurso do Biden desde o começo até agora é em defesa do mundo do trabalho”, afirmou em entrevista à época.
FolhaPress
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