Gaviões da Fiel fará vaquinha para quitar dívida da Neo Química Arena

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Gaviões da Fiel fará vaquinha para quitar dívida da Neo Química Arena

Representantes do Corinthians, da Caixa Econômica Federal e dos Gaviões da Fiel assinaram, nesta sexta-feira, um protocolo de intenções para o projeto elaborado pela torcida organizada para arrecandar fundos para a quitação da dívida contraída pelo clube com o banco para a construção da Neo Química Arena.

Uma conta PIX deve ser lançada na primeira quinzena de novembro para que os torcedores possam fazer depósitos que serão creditados diretamente na conta da Caixa Econômica Federal para o abatimento da dívida. A previsão é de que a campanha tenha seis meses de duração e possa arrecadar entre R$ 500 e R$ 700 milhões.

Estiveram presentes no encontro pelo Corinthians o presidente Augusto Melo e o diretor jurídico Vinícius Cascone, membros da diretoria dos Gaviões da Fiel, além do presidente Caixa Econômica Federal, Carlos Antônio Vieira Fernandes, e de Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.

– Agradeço ao ministro Padilha, ao presidente da Caixa, Carlos, ao presidente da Gaviões da Fiel, agradecendo a Gaviões por essa iniciativa. Isso mostra a grandeza do nosso clube, mostra a paixão, a verdadeira paixão pelo Corinthians, mostra como nossos corintianos somos unidos e queremos o bem do Corinthians. Fico muito feliz, esse é o começo de uma iniciativa de grandes projetos futuros, que é o que a gente pretende nessa gestão. Queria agradecer presidente, ministro, Valer, a toda a diretoria da Gaviões da Fiel por essa iniciativa e fico eternamente grato por nos ajudar nessa batalha aí. Fico muito feliz, obrigado por tudo e vai Corinthians – disse Augusto Melo.
O papel da Caixa é sempre um banco que tem essa vocação, que é um banco que trabalha no sentido de trazer o que seja o benefício para a comunidade, o que seja o benefício para a sociedade brasileira. A orientação do presidente Lula é sempre no sentido da gente trazer consequências positivas, seja na área que a Caixa tiver – afirmou o presidente da Caixa. .

– Acho que o que o Corinthians está fazendo aqui é dar uma demonstração com uma possibilidade imensa e uma mudança de chave no processo de gestão dos clubes. Um clube que tem uma possibilidade de sair rapidamente de uma situação de uma dívida e transformar aquela dívida num investimento, e a partir disso gerar toda a capacidade de, pela liquidez que o clube terá, é de fazer os investimentos necessários, a melhorar cada vez mais a posição do clube dentro dos rankings, dos campeonatos, das disputas.

Atualmente, a dívida do clube com o banco pela construção do estádio é de mais de R$ 710 milhões. O Corinthians ainda paga valores relacionados aos juros do financiamento, não tendo quitado efetivamente o valor do empréstimo.

O débito da arena corresponde a uma importante parte da dívida do Corinthians, que superou R$ 2,3 bilhões no último balanço do clube. O pagamento do estádio aliviaria as contas, possibilitando um maior investimento no futebol e facilitaria o pagamento do restante da dívida.
Qual o plano da torcida?

A intenção da maior torcida organizada do Corinthians é promover uma espécie de vaquinha entre os corintianos interessados em ajudar o clube a pagar a dívida do estádio. Na avaliação do grupo, a base de 35 milhões de torcedores seria capaz de ajudar o clube a chegar próximo ou até quitar o valor total devido pelo financiamento.

A ideia inicial seria em ter uma chave PIX para que as doações fossem creditadas e abatidas automaticamente do valor devido pelo Corinthians com o banco. Por isso, o objetivo era ter a chancela da Caixa para que o dinheiro caia diretamente na conta indicada pela estatal, sem qualquer participação ou envolvimento de terceiros na transação.

Outra alternativa era a criação de uma conta “escrow” (garantia na tradução em português), que teria um valor mínimo de arrecadação que seria liberado para o pagamento da arena apenas em caso de cumprimento do que foi acordo entre as partes.

Por exemplo, Caixa e a torcida organizada estabeleceriam um valor fixado a ser arrecadado. Assim que fosse atingido, o valor automaticamente seria utilizado para o abatimento da dívida. Um eventual valor excedente ao pré-determinado ficaria à espera de um novo acordo para ser liberado.

Ainda não há uma definição de qual será o projeto mais viável para o início da campanha. Ainda há uma preocupação entre os torcedores para falsas campanhas que possam ser feitas por golpistas. Por isso, a intenção é unir clube, banco e torcedores para que diminuam as chances de criminosos em aplicar golpes.

Qual o valor da dívida?
Em 2013, o clube fechou um financiamento de R$ 400 milhões para a construção de seu estádio.

Inicialmente, a operação aconteceria via Banco do Brasil. Por fim, ficou acertado que o empréstimo seria do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social) e intermediado pela Caixa, por meio do programa ProCopa Arenas, com condições especiais devido ao Mundial de 2014.

O Corinthians deve atualmente para a Caixa Econômica Federal pelo financiamento do Neo Química Arena o valor de R$ 710,1 milhões, de acordo com o último balanço a que o ge teve acesso, referente ao primeiro semestre.

Após renegociação com a Caixa, o Corinthians começou a pagar apenas os juros do financiamento no ano passado. O “principal” será amortizado a partir de 2025. O montante é corrigido anualmente pelo CDI (que acompanha a taxa Selic) mais 2%.
Neste ano, o compromisso do Corinthians com a Caixa é do pagamento de quatro parcelas trimestrais, que variam de acordo com a taxa de juros praticada no país. A expectativa é de que o clube tenha que desembolsar em torno de R$ 80 milhões para a amortização de juros.

Desde o início do pagamento do valor referente a taxa de juros, o Corinthians já repassou ao banco mais de R$ 200 milhões.

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