Brasil

Gallo lança óleo de oliva como alternativa devido à alta nos preços do azeite

Foto: RDNE Stock/Pexels/Reprodução

Nos últimos dois anos, o azeite de oliva vem enfrentando uma alta em seus preços ao redor do mundo. Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados na última sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas no ano passado, o produto acumulou uma inflação de 21,53%.

Com o aumento constante nos preços, o azeite chegou a ser considerado item de luxo. Redes de supermercado passaram a colocar lacres de segurança antifurto no produto, prática comum para bebidas alcoólicas de primeira linha, cosméticos e eletrônicos.

Esse cenário fez com que consumidores passassem a procurar alternativas mais baratas, como o óleo de soja, a margarina e o óleo de canola. Agora, marcas buscam caminhos para voltar a atrair seus antigos consumidores.

A Gallo, por exemplo, lançou duas novas marcas. Uma delas, denominada ‘de olliva’, comercializa o óleo de oliva, registrado como ‘óleo de bagaço de oliva’ pela legislação brasileira.

O produto, com média de preços abaixo de R$ 30, é feito a partir da segunda prensagem do azeite. Cristiane Souza, CEO do grupo Gallo no Brasil, explica que, apesar de ser uma novidade no território nacional, o produto já é conhecido em outros países, como nos Estados Unidos.

Por ser um produto mais barato, a executiva diz que ele é uma boa alternativa para aqueles que se acostumaram com o azeite, mas que deixaram de ter acesso ao produto por conta da inflação dos últimos anos.

O óleo deve ser utilizado especialmente para o cozimento de alimentos, assim como o óleo de soja é usado hoje. A sommelier e especialista em azeite de oliva, Lídia Adário, diz que o novo óleo pode ser uma boa saída para quem deseja voltar a consumir um produto proveniente da oliva, mas ressalta que é necessário educar o consumidor sobre o processo de produção do óleo.

“Como ele vem acompanhado pelo termo ‘bagaço’, muitas pessoas podem acreditar que o produto é ruim, o que não é verdade. Não é todo mundo que tem condições de comprar um azeite de oliva e essa nova gordura pode ser uma boa opção para esses casos”, diz Lídia.

Diferentes tipo de azeite

Renato Fernandes, presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), explica que a classificação dos diferentes tipos de azeite é feita pelo Conselho Oleícola Internacional (COI).

O azeite virgem, por exemplo, possui defeitos sensoriais e um nível de acidez entre 0,8% e 2%.

O extravirgem apresenta um nível de qualidade mais alto, não pode apresentar defeitos sensoriais e conta com uma acidez abaixo de 0,8%.

O óleo de oliva, por outro lado, é feito a partir dos componentes restantes da produção do azeite. Depois do seu recolhimento, ele passa por um processo de refinamento para garantir a qualidade para o consumo humano.

“Essa estratégia é muito saudável para o mercado. O consumidor vai comprar o produto com menor refinamento, que consequentemente tem um menor preço, sabendo que a qualidade não é a mesma de um azeite extravirgem”, diz Fernandes.

O lançamento do ‘de olliva’ é acompanhado também pela criação da Rossio de Abrantes, marca que busca atingir o público que está acostumado com a utilização do azeite para além de processos de cozimento. O produto conta com três tipos: o verde, o maduro e o frutado, e é vendido por cerca de R$ 80.

A CEO da Casa Gallo afirma que o grupo busca dobrar de tamanho até 2029, assim, o lançamento das duas novas marcas guarda relação com uma estratégia comercial pensada a longo prazo. O investimento nos dois lançamentos e com a renovação da marca Gallo atinge cerca de R$ 20 milhões.

“O Brasil é o quinto maior mercado de azeite global, mas nós acreditamos que ainda há uma enorme oportunidade de penetração dessa categoria de consumo. É por isso que nós estamos investindo e temos esse foco no país”, afirma Cristiane.

Nesta linha, a portuguesa Andorinha lançou o OLI, produto que permite que os consumidores criem o seu próprio blend de azeites. “Após anos de pesquisa e desenvolvimento, escolhemos o Brasil para lançar esse conceito inovador, pois percebemos o crescente interesse dos brasileiros por azeites”, diz Loara Costa, diretora de marketing e trade marketing do grupo Sovena. O valor médio sugerido ao produto é de R$ 75.

Preços melhores?

Com a melhora nas colheitas de oliva na Espanha a partir de outubro de 2024, a crise do azeite diminui no exterior e a oferta do produto teve uma melhora nos preços.

É esperado, assim, que os preços também diminuam no Brasil nos próximos meses. “Nós acreditamos que essa redução deve acontecer principalmente no segundo semestre deste ano, mas eles não devem voltar a ser iguais aos que eram antigamente”, afirma Cristiane Souza.

Folhapress

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