Fernanda Torres Brilha, mas Oscar de Melhor Atriz Fica com Mikey Madison

A atriz Fernanda Torres, de 59 anos, viu seu nome ecoar pelo Brasil e pelo mundo na noite deste domingo, 2 de março de 2025, durante a 97ª edição do Oscar, realizada em Los Angeles. Indicada na categoria de Melhor Atriz por sua atuação no filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, Torres carregou as esperanças de se tornar a primeira brasileira a vencer o prêmio na história da premiação. No entanto, a estatueta acabou nas mãos de Mikey Madison, protagonista do longa Anora, em uma disputa que emocionou o público brasileiro.

Ainda Estou Aqui, que retrata a luta de Eunice Paiva contra a ditadura militar brasileira após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, já havia colocado Fernanda Torres no centro das atenções internacionais. Sua performance visceral lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz em janeiro, o Satellite Awards e uma série de elogios da crítica global, consolidando-a como um dos grandes nomes do cinema em 2025. Apesar disso, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas optou por premiar Madison, de 25 anos, cuja atuação como uma stripper em Anora — filme que também levou o prêmio de Melhor Filme — conquistou os votantes.

A derrota não apagou o brilho da trajetória de Torres na temporada de premiações. Durante a cerimônia, transmitida ao vivo pela Globo (exceto no Rio de Janeiro, que acompanhou o desfile das escolas de samba), o Brasil celebrou outro feito: Ainda Estou Aqui venceu na categoria de Melhor Filme Internacional, um reconhecimento ao trabalho de Walter Salles e toda a equipe. A indicação de Fernanda, a segunda de uma brasileira na categoria de Melhor Atriz — sua mãe, Fernanda Montenegro, concorreu em 1999 por Central do Brasil —, já havia sido considerada um marco histórico.

No tapete vermelho, Torres chegou ao Dolby Theatre acompanhada do marido, o diretor Andrucha Waddington, e esbanjou elegância em um vestido assinado por uma grife nacional. Em entrevista ao Jornal Nacional na véspera da premiação, ela demonstrou humildade ao prever que o prêmio poderia ir para Demi Moore, por A Substância. Além de Moore e Madison, também disputaram a estatueta Cynthia Erivo (Wicked) e Karla Sofía Gascón (Emilia Pérez).

A torcida brasileira, amplificada nas redes sociais e nas ruas em meio ao Carnaval, transformou a noite em um evento coletivo. Apesar da derrota na categoria de Melhor Atriz, o sucesso de Ainda Estou Aqui no Oscar reforça a potência do cinema nacional. “Foi uma honra estar aqui representando o Brasil e essa história tão importante. O prêmio de Melhor Filme Internacional já é uma vitória para todos nós”, declarou Torres após a cerimônia, em um tom que misturou gratidão e serenidade.

Enquanto Mikey Madison celebra sua ascensão meteórica com Anora, Fernanda Torres deixa Los Angeles com o carinho do público e a certeza de ter levado o nome do Brasil a um patamar inédito. Para os fãs, a derrota no Oscar não diminui o feito: Fernanda já conquistou o coração do país e um lugar na história do cinema mundial.