Política

Faturamento da indústria cresce 3,3% em Janeiro, mas salários apresentam queda

© CNI/JOSÉ PAULO LACERDA/DIREITOS RESERVADOS

O faturamento da indústria brasileira começou o ano em alta, registrando um crescimento de 3,3% em janeiro na comparação com dezembro de 2024, segundo dados divulgados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Quando analisado em relação a janeiro do ano passado, o aumento é ainda mais expressivo, alcançando 12,8%, o que reflete um cenário de aquecimento no setor industrial no início de 2025.

A pesquisa Indicadores Industriais da CNI aponta que o desempenho positivo foi acompanhado por outros sinais de vitalidade no setor. As horas trabalhadas na produção cresceram 1,8% em relação a dezembro, enquanto o emprego industrial teve um leve avanço de 0,2% no mesmo período. Esses números sugerem que a indústria manteve um ritmo consistente de atividade no primeiro mês do ano, mesmo diante de desafios econômicos globais e internos.

No entanto, nem todos os indicadores seguiram a mesma tendência positiva. A massa salarial real, que reflete o total pago aos trabalhadores do setor, caiu 0,7% em janeiro na comparação com o mês anterior. O rendimento médio dos empregados da indústria também registrou uma redução, desta vez de 0,9%. Esses recuos indicam que, apesar do aumento na produção e no faturamento, os ganhos não estão sendo plenamente refletidos nos bolsos dos trabalhadores.

Outro ponto destacado pela CNI é a estabilidade na utilização da capacidade instalada, que permaneceu em 79% – mesmo patamar observado em dezembro de 2024, mas dois pontos percentuais acima do registrado em janeiro do ano passado. Isso demonstra que a indústria está operando em um nível confortável, sem pressões significativas por expansão ou ociosidade excessiva.

Os dados da CNI são coletados mensalmente desde 1992, em parceria com federações estaduais da indústria, cobrindo estados que representam mais de 90% da produção industrial do país. O levantamento é uma ferramenta essencial para acompanhar a evolução de curto prazo do setor, que segue como um dos pilares da economia brasileira.

Embora o crescimento de janeiro aponte para um início de ano promissor, economistas alertam que os próximos meses serão decisivos para confirmar se essa trajetória se sustentará, especialmente diante de incertezas como a política monetária e o desempenho do mercado internacional. Por enquanto, o setor industrial celebra os números positivos, mas mantém a atenção voltada para os desafios que afetam os trabalhadores e a distribuição dos ganhos.

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