Brunella Hilton, ex-candidata a vereadora pelo PSOL em São Paulo, foi presa em flagrante no dia 2 de março acusada de tráfico de drogas por vender brigadeiros contendo maconha, popularmente chamados de “brisadeiros”, na Avenida São João, região central da capital paulista. A prisão só veio à tona após a família registrar um boletim de ocorrência sobre seu desaparecimento, no sábado (15), mobilizando amigos, familiares e até o partido, que temia por seu paradeiro.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Brunella, de 34 anos, foi detida por policiais militares durante um patrulhamento de rotina. Com ela, foram encontrados 800 gramas de maconha, o que levou à sua autuação por tráfico de drogas. A ex-candidata permanece custodiada no Centro de Detenção Provisória II de Pinheiros, na zona oeste da cidade.
O caso ganhou contornos dramáticos quando a mãe de Brunella, Eunice Chagas, veio de Minas Gerais a São Paulo para procurar a filha, com quem não tinha contato desde 28 de fevereiro, véspera do Carnaval. Na ocasião, Brunella enviou uma mensagem dizendo que iria a um bloco carnavalesco. Preocupada com o silêncio da filha, Eunice registrou o boletim de ocorrência e chegou a visitar a república onde Brunella morava, sendo informada de que ela não aparecia há dias.
Após o registro do desaparecimento, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) localizou Brunella no sistema prisional e informou a família sobre a prisão. A notícia surpreendeu parentes e conhecidos, já que a ex-candidata era conhecida por seu ativismo e por sua participação na campanha eleitoral de 2024, quando integrou a candidatura coletiva da Bancada LGBTQ+ do PSOL, obtendo 1.113 votos ao lado de Agripino Júnior e do ex-BBB Dicesar Ferreira.
Brunella Hilton, que tem 148 mil seguidores no Instagram, ficou conhecida por sua militância em defesa dos direitos dos transexuais. Até o momento, não há informações sobre a defesa dela ou possíveis desdobramentos do caso. A SSP reforça que a prisão foi resultado de uma ação de rotina e que o material apreendido confirma a acusação de tráfico.
O caso levanta debates sobre a criminalização do uso e comércio de maconha no Brasil, tema que frequentemente divide opiniões e coloca em xeque as políticas de segurança pública e os direitos individuais. Enquanto isso, a família de Brunella tenta entender os acontecimentos que levaram a jovem do ativismo político às grades.