A Justiça do Ceará autorizou o pedido de recuperação judicial do grupo Ducoco, um dos principais fabricantes brasileiros de água de coco e derivados. A empresa acumula dívidas estimadas em R$ 670 milhões.
A decisão, proferida pelo juiz Daniel Carvalho Carneiro, da 3ª Vara Empresarial, de Recuperação de Empresas e de Falências do Estado do Ceará, foi publicada na segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025. Com isso, a Ducoco tem um prazo de 60 dias para apresentar um plano detalhado de recuperação judicial, que deverá incluir estratégias para renegociar dívidas e reestruturar operações visando à recuperação financeira.
No pedido de recuperação, a Ducoco atribui a crise financeira a fatores como o aumento dos preços dos insumos e a elevação da taxa básica de juros (Selic), que impactaram negativamente o fluxo de caixa e o acesso ao crédito. Além disso, em 2023, a empresa enfrentou dificuldades quando um fundo de investimento classificou seus títulos de crédito como perda, prejudicando ainda mais sua liquidez.
Fundada em 1982 em Itapipoca, no interior do Ceará, a Ducoco expandiu suas atividades ao longo das décadas, tornando-se uma das líderes no mercado de coco e derivados no Brasil. Atualmente, a empresa gera 966 empregos diretos e aproximadamente 1.000 indiretos, sendo a maior compradora de coco in natura do país.
Durante o processo de recuperação judicial, todas as ações de cobrança e execuções de dívidas contra as empresas do grupo ficam suspensas, permitindo que a Ducoco se concentre na elaboração e implementação do plano de recuperação. O escritório Andre Cruz Sociedade Individual de Advocacia foi nomeado como administrador judicial, responsável por fiscalizar o cumprimento do plano e garantir a transparência do processo.
A recuperação judicial oferece à Ducoco a oportunidade de reestruturar suas finanças e operações, buscando retomar a sustentabilidade e a competitividade no mercado.