Política

Dono da Dolly é condenado a mais de 16 anos de prisão por corrupção e crime ambiental em São Paulo

© Reprodução / SBT

O empresário Laerte Codonho, conhecido por ser o fundador e proprietário da fabricante de refrigerantes Dolly, foi condenado pela Justiça de São Paulo a mais de 16 anos de prisão por crimes de corrupção ativa e dano ambiental. A sentença, publicada na última quinta-feira (13), foi determinada pelo juiz Djalma Moreira Gomes Junior, da Comarca de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, e inclui ainda o pagamento de uma multa de aproximadamente R$ 570 mil.

A pena total é composta por 11 anos e 4 meses de reclusão, a serem cumpridos inicialmente em regime fechado, e 4 anos e 10 meses de detenção, em regime semiaberto. Além de Codonho, outras sete pessoas foram condenadas por envolvimento nos mesmos delitos, que incluem corrupção ativa de policiais e funcionários públicos, falsificação de documentos e falsidade ideológica, além do crime ambiental.

As investigações apontam que Codonho tentou o desmatamento ilegal de uma área de preservação permanente em São Lourenço da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo, para a construção de um empreendimento irregular. A ação, realizada entre 2015 e 2016, resultou em inundações e prejuízos significativos para os moradores da região. Para evitar punições e garantir a continuidade do projeto, o empresário teria que correr à corrupção, pagando propinas a agentes públicos.

Em entrevista à Folha de S.Paulo , Codonho negou veementemente as acusações e classificou a sentença como “absurda”. Ele afirmou que a decisão será anulada em instâncias superiores e alegou que as investigações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) foram manipuladas para prejudicá-lo. “Isso tudo que está acontecendo agora é um absurdo. Essa decisão é tão absurda que ela vai ser toda anulada”, declarou o empresário. Ele também questionou a acusação de corrupção, destacando que uma perícia em seu celular não encontrou evidências das mensagens que cometeram o incriminariam.

Sobre o crime ambiental, Codonho argumentou que, ao adquirir o imóvel, havia uma autorização prévia para a construção de um galpão no local, situado em frente a uma rodovia federal. A defesa do empresário já anunciou que irá solicitar a decisão, apontando supostas irregularidades no processo.

A descrição de Laerte Codonho marca mais um capítulo na trajetória conturbada do dono da Dolly, que já enfrentou outras batalhas judiciais, como acusações de sonegação fiscal que levaram a empresa a pedir recuperação judicial em 2018. O caso evidencia o rigor crescente do sistema judiciário brasileiro no combate a crimes ambientais associados a esquemas de corrupção. Enquanto o recurso não for julgado, a sentença permanece em aberto, e o futuro do empresário segue incerto.

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