Coordenação da campanha de Boulos apaga vídeo de comício em que Hino Nacional é cantado em linguagem neutra

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Coordenação da campanha de Boulos apaga vídeo de comício em que Hino Nacional é cantado em linguagem neutra

foto: Werther Santana/Estadão

O candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL-SP), junto com a coordenadoria de sua campanha apagaram o vídeo em que aparecia com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto o Hino Nacional era cantado em linguagem neutra. A gravação era de um comício do psolista no último sábado, 24, em que a intérprete cantou “verás que es filhes teus não fogem à luta”, em vez de “os filhos”, conforme a versão tradicional.

O evento ocorreu na capital paulista e foi transmitido no canal de YouTube do candidato.

Em outro trecho, a cantora Yurungai entoou “des filhes deste solo és mãe gentil”, em vez de “dos filhos deste solo és mãe gentil”. O vídeo foi tirado do ar na manhã desta terça-feira, 27, após a repercussão negativa nas redes sociais.

Em nota, a assessoria de imprensa do candidato afirmou que sua campanha nunca solicitou ou autorizou a alteração na letra do Hino Nacional. A equipe de Boulos alega que a adequação ao gênero neutro é de responsabilidade da empresa contratada para a produzir do evento.

“A produtora, organizadora do evento, foi responsável pela contratação de todos os profissionais que trabalharam para a realização da atividade, incluindo a seleção e o convite à intérprete que cantou o Hino Nacional”, diz o comunicado.

Políticos contrários à ideia se manifestaram nas redes sociais. A economista Marina Helena (Novo), também candidata à Prefeitura de São Paulo, republicou o vídeo com trechos da apresentação do hino em que se usa o termo “filhes”. “Essa é a extrema esquerda lulista que quer assumir a Prefeitura de São Paulo: lacração, desrespeito e destruição de nossos símbolos nacionais mais sagrados”, escreveu.

O ex-ministro da Cultura e deputado federal Mário Frias (PL-SP) disse, na mesma rede social, que a modificação “não é apenas uma mudança de palavras – trata-se de um desrespeito aos símbolos nacionais, à nossa cultura e à nossa língua”.

Guilherme Naldis / ESTADÃO