Política

CCJ avança com pacote anti-STF e aprova permissão para o Congresso sustar decisões da Corte

JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO/DIVULGAÇÃO

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou na quarta-feira (9), por 38 votos a 12, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que permite ao Congresso sustar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, o texto deve ser analisado por uma comissão especial antes de ir a plenário.

O texto aprovado autoriza ao Congresso derrubar decisões do Supremo se considerar que a Corte ultrapassou o exercício da função jurisdicional. Segundo a PEC, para que a decisão seja sustada, são necessários os votos favoráveis de dois terços da Câmara e do Senado.

A proposta também sugere que, caso o Congresso suste uma decisão, o STF poderá mantê-la com o voto de um quinto dos seus membros. O relator da proposta foi o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP).

A PEC também determina que os relatores de processos em tribunais submetam imediatamente ao colegiado do tribunal as medidas cautelares (liminares) concedidas, para que sejam referendadas.

Deputados governistas criticaram o texto e tentaram barrar seu avanço com um requerimento de retirada de pauta, que foi rejeitado pela maioria dos integrantes da comissão. Para aliados do governo, o texto é inconstitucional e fere competências do Judiciário.

“Estamos vendo uma tentativa de construir um pacote anti-Supremo, que está sendo nominado desta forma. Efetivar um pacote anti-Supremo para dizer: queremos calar a Constituição que assegurou a democracia. Essa PEC também é construída por aqueles que não conseguem respeitar a própria democracia”, afirmou a deputada Érika Kokay (PT-DF).

Já deputados da oposição defenderam a PEC como uma medida para o “equilíbrio” entre os poderes públicos. “Compete ao Congresso Nacional zelar por sua competência legislativa. Essa PEC traz um remédio para isso”, defendeu a deputada Bia Kicis (PL-DF).

A proposta foi a segunda aprovada nesta quarta de um pacote de medidas que miram competências do Supremo e de ministros da Corte. Antes, os deputados também deram aval para uma PEC que limita decisões monocráticas (individuais) de ministros da Corte.

Próximos passos

Por regra, a CCJ avalia a constitucionalidade e a admissibilidade das propostas, e não o mérito. Cabe ao colegiado dar aval ou não para o avanço dos textos na Casa.

Depois de aprovada, as PECs ainda precisam ser analisadas por uma comissão específica, que ainda deve ser criada e instalada. Se passar na Câmara sem mudanças na comissão especial e no plenário, o texto poderá ir à promulgação.

CNN BRASIL

Compartilhar
Publicado por

Notícias Recentes

Ferrari apresenta F80, superesportivo híbrido de 1.200 cv

Ferrari apresentou seu novo superesportivo ao mercado automotivo nesta quinta-feira (17). Trata-se do F80, sucessor…

3 minutos atrás

STF forma maioria contra revistas íntimas vexatórias em presídios

O Supremo Tribunal Federal já tem maioria para proibir revistas íntimas vexatórias para visitantes de…

51 minutos atrás

Fraqueza na China faz vendas da dona da Louis Vuitton caírem pela 1ª vez desde a pandemia

A gigante francesa do luxo LVMH divulgou na terça-feira (15) uma queda de 3% nas…

56 minutos atrás

Acidente em São Carlos: Motorista Colide com Poste

Na manhã de hoje, 19 de outubro, um acidente envolvendo um veículo Renault Kwid foi…

2 horas atrás

Homem é detido após se masturbar em via pública

Um homem foi detido após se masturbar defronte a uma mulher no bairro Santa Felícia,…

4 horas atrás

São Carlos registra mais de 16 mil casos de dengue em 2024

Em 2024 já foram registradas 29.010 notificações para Dengue, com 16.162 casos positivos, sendo 15.435…

8 horas atrás

Este site faz uso de cookies.