Brasil

Carne e café: o que deve acontecer com os preços dos vilões da inflação

Reprodução

Entre os “vilões” da inflação em 2024 estiveram alimentos de consumo popular como a laranja, o café e a carne.

A CNN mostrou que estes estão entre os itens que encabeçam as preocupações do governo em sua bateria de reuniões para encontrar caminhos para controlar a alta dos preços no país.

Além dos três, completam a “lista de compras” do Executivo o açúcar e o óleo de soja.

E segundo André Braz, coordenador dos índices de preço do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), o momento ainda é de alerta, e um dos culpados por esse cenário é o câmbio.

O dólar encerrou o ano passado 27,3% mais caro no Brasil, sendo o real uma das moedas mais desvalorizadas de 2024.

“Ano passado, subiu quase 28%. Neste ano pode subir em torno de 5%. Isso vai depender muito da trajetória do câmbio, porque o que é importado vai vir mais caro: exemplos são trigo e farinha de trigo, que acabam pressionando o pão francês e o macarrão”, pontua Braz.

“[Com o dólar mais caro, o produtor] também fica mais estimulado a exportar, produtos brasileiros entram em promoção. Se exporta muita carne vermelha para a Ásia, por exemplo, pode ficar mais cara. O câmbio vai definir um pouco”, conclui.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, encerrou 2024 em alta de 4,83%, superando o teto de 4,5% da meta perseguida pelo Banco Central (BC).

Acumulando alta de 7,69% no ano, o grupo Alimentação e Bebidas foi o “grande vilão” de 2024, contribuindo com um terço (1,63 ponto percentual) do resultado cheio.

Olhando para o grupo de alimentos na mira do governo, os itens em questão registraram altas que vão de 5,59% a 91,03%.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, explica que a demanda externa pela carne brasileira é o que segura seus preços em patamares mais elevados.

“Os custos também estão maiores, custos de insumos e logística. Em um cenário de muito estresse, pode subir até 20%”, complementa.

Já no caso da laranja, o economista aponta um impacto negativo do greening, doença causada pela bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus que afeta laranjeiras e outras plantas cítricas.

“Em 2025, a Cepea até espera uma produção maior, mas a temporada de chuvas não foi como o esperado, então recentemente reduziram a projeção. Não deve ser um grande alívio no preço”, pontua Cruz.

“Café já terá uma produção menor em 2025, mas nesse caso o Brasil não é tão dominante como a laranja, o que pode dar um alívio nos preços com melhores produções em outros países”, diz o estrategista-chefe da RB.

Por outro lado, os economistas ouvidos pela CNN concordam que, no geral, o agronegócio deve ter um ano melhor em 2025, o que pode ajudar a suavizar demais preços.

“Existe a previsão também de safra 10% superior à do ano passado. Isso porque em 2025 a gente não vai ter esses fenômenos climáticos que alteram o fluxo das chuvas, como o El Niño e La Niña. Então, a ausência desses fenômenos garante safra mais abundante e uma oferta maior de alimentos. Isso pode ser favorável, haver uma redução, um choque menor de alimentos na inflação”, conclui André Braz.

CNN

Compartilhar
Publicado por

Notícias Recentes

Criminoso invade cooperativa bancária em São Carlos e furta cofre

Uma cooperativa bancária no Centro de São Carlos foi alvo de um furto na noite…

3 horas atrás

Imóveis abandonados na região central de São Carlos preocupam moradores e comerciantes

A presença de imóveis abandonados na região central de São Carlos tem se tornado um…

5 horas atrás

SBT anuncia volta de Bozo após 12 anos e até já tem missão para o palhaço

O icônico personagem Bozo, um dos mais queridos da televisão brasileira, está de volta ao…

5 horas atrás

Dupla é detida com maletas de procedência duvidosa

Na madrugada desta quinta-feira,30, a equipe do GAM estava em patrulhamento pelo Bairro Jardim Pacaembu,…

8 horas atrás

Fundo Social de Solidariedade de São Carlos realiza doações para abrigos de idosos

O Fundo Social de Solidariedade de São Carlos (FSS), coordenado pela primeira-dama, Herica Ricci Donato,…

8 horas atrás

Baixa adesão a vacina da dengue: Vigilância em saúde alerta para o sorotipo 3

Mesmo com o alerta das autoridades estaduais que confirmaram que que o sorotipo 3 voltou…

9 horas atrás

Este site faz uso de cookies.