Brasil

Café cada vez mais caro no Brasil

Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Os efeitos vão aparecendo: o aumento do preço do café foi bem maior que a inflação oficial em 2024.

Não dá para negar: café é uma paixão nacional. O Brasil é o segundo maior consumidor do mundo, perde apenas para os Estados Unidos. Só em 2023 foram quase 23 milhões de sacas. Mas quem toma o cafezinho na rua ou vai ao supermercado já sentiu que o preço está bem diferente.

“Café, eu lembro que pagava em torno de R$ 12, R$ 14 e, agora, está R$ 20, R$ 20 e poucos. Realmente aumentou bastante”, diz a administradora Márcia Fabri.

Só em 2023, a alta no preço passou dos 20%. Bem, bem acima da inflação acumulada no período, de 2,85%. Uma outra comparação: desde 2021, o preço do café subiu 98%, enquanto o salário mínimo, 28%.

O café é um produto que faz parte da cesta básica. Se o preço sobe demais, claro, pesa no orçamento das famílias. E tem um outro agravante. Se, por exemplo, uma fruta ou verdura fica muito cara, a gente faz uma substituição ali no supermercado, dá um jeito na cozinha. Agora, quem está acostumado a tomar o cafezinho quentinho, todo dia de manhã, eu te garanto: não dá para trocar por chá e nem por qualquer outra bebida. Simplesmente não dá para ficar sem.

“Ele é como o arroz com feijão, dificilmente ele falta no carrinho de compras. Então, qualquer aumento em um produto que tem preferência nacional, acaba comprometendo mais o orçamento familiar. Então, significa que as famílias acabam pagando mais caro pelo produto e tendo que abrir mão de outros itens menos essenciais para ter o café na mesa todos os dias”, afirma o economista André Braz, do FGV Ibre.

Mas o que fez um pacotinho com 500 g de pó de café passar dos R$ 20 nos supermercados? O café é um produto internacional e tem o preço cotado em dólar. Aí, o câmbio puxa o preço em real para cima.

Além disso, as mudanças do clima no mundo reduziram a oferta do produto no mercado global. No Vietnã, que é o segundo maior produtor mundial, uma seca histórica e depois um tufão destruíram plantações.

O Brasil é o maior produtor e exportador. E por aqui os cafezais também estão sofrendo. Em Pedregulho e Altinópolis, no interior de São Paulo, as queimadas destruíram grande parte da lavoura em duas fazendas.

“Eu estou na fazenda há 35 anos. Esse ano é atípico, nunca vivenciamos uma seca tão drástica com temperatura altíssima”, conta o técnico em agropecuária Luís Alves Silva.

Na região de Patrocínio, em Minas Gerais, 20% da safra já está comprometida.

“Foi um ano atípico, porque dia 11 de agosto teve geada. E, agora, a gente vem há 150 dias sem chuva na região. O que a gente precisa mesmo é da chuva”, diz o produtor de café Renato Teixeira.

g1

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