Brasil volta a importar energia da Venezuela

O Brasil retomou a importação de energia elétrica da Venezuela na sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025, visando reduzir custos e aumentar a confiabilidade do fornecimento em Roraima, único estado brasileiro não conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A operação ocorre por meio da linha de transmissão de 230 kV que liga Boa Vista (RR) a Santa Elena de Uairén, na Venezuela.

A empresa Bolt Energy Comercializadora de Energia foi autorizada a importar até 15 megawatts (MW) a um custo de R$ 1.096,11 por megawatt-hora (MWh). Essa iniciativa pode gerar uma economia de até R$ 500 mil por dia, substituindo a geração termelétrica local, que é mais onerosa.

Nos primeiros dias de operação, os volumes importados ficaram abaixo do previsto. Na sexta-feira, 14, foram importados 6 MW dos 10 MW programados; no sábado, 15, 7 MW dos 15 MW esperados; e no domingo, 16, 9 MW dos 15 MW planejados. No sábado, um desligamento na linha de transmissão resultou na interrupção de 103 MW, afetando 65% da carga de Roraima. A recomposição total das cargas ocorreu em aproximadamente uma hora.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o uso de R$ 41,24 milhões da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) para custear a importação de energia da Venezuela entre janeiro e abril de 2025. A CCC é um subsídio destinado a financiar a geração termelétrica em sistemas isolados, como o de Roraima.

A importação de energia venezuelana havia sido interrompida em 2019 devido a questões diplomáticas e técnicas. A retomada atual busca fornecer uma solução mais econômica e estável para o abastecimento energético de Roraima até que o estado seja integrado ao SIN, previsto para ocorrer em 2025.