foto: Marcos Santos / USP
Entre 2020 e 2024, o Brasil registrou 7.072 casos de feminicídio, conforme dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp). O ano de 2024 apresentou um aumento de 7,6% em relação ao ano anterior, totalizando 1.459 mulheres assassinadas, o maior número dos últimos cinco anos.
Em termos proporcionais, Mato Grosso liderou o ranking de feminicídios em 2024, com uma taxa de 1,23 mortes por 100 mil habitantes. Embora tenha havido uma redução em relação a 2020, quando a taxa era de 1,72, o índice permanece elevado. Mato Grosso do Sul e Piauí também se destacaram, com taxas de 1,21 e 1,18, respectivamente. O Amazonas apresentou um crescimento significativo nos últimos cinco anos, passando de 0,39 mortes por 100 mil habitantes em 2020 para 0,70 em 2024.
Rosana de Sant’Ana Pierucetti, advogada e presidente da ONG Recomeçar, que acolhe mulheres em situação de vulnerabilidade em Mogi das Cruzes (SP), observa um aumento nos casos de violência contra a mulher. Ela destaca que muitos agressores não possuem antecedentes criminais, o que dificulta a identificação precoce do risco. Além disso, familiares frequentemente subestimam a gravidade das agressões, aconselhando a vítima a manter o relacionamento, o que pode levar a consequências fatais.
A Central de Atendimento à Mulher, Ligue 180, é um serviço público gratuito e disponível 24 horas por dia, que oferece orientação sobre direitos, registra denúncias e encaminha casos aos órgãos competentes. O serviço também pode ser acessado pelo WhatsApp, no número (61) 9610-0180. Em situações de emergência, a recomendação é acionar a Polícia Militar pelo número 190.
A persistência dos altos índices de feminicídio no Brasil ressalta a necessidade urgente de políticas públicas eficazes e de uma rede de apoio robusta para proteger as mulheres e combater a violência de gênero.