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A cantora e pastora Baby do Brasil, de 72 anos, gerou uma onda de críticas fazer após declarações polêmicas durante um culto evangélico realizado na casa de shows D-Edge, em São Paulo. Durante o evento intitulado “Frequência com Deus”, a artista pediu que vítimas de abusos sexuais perdoassem seus agressores, inclusive quando os responsáveis fossem membros da própria família, gerando forte repercussão nas redes sociais.
No momento da pregação, Baby do Brasil incentivou os presentes a liberar ressentimentos e mágoas. “Perdoa tudo que você teve de ruim no seu coração, aqui, hoje, nesse lugar, desculpe! Se teve abuso sexual, desculpe! Se foi da família, desculpe!”, declarou a cantora, que também é conhecida por sua trajetória nos Novos Baianos. Ela complementou o discurso pedindo reconciliação em conflitos familiares: “Se é briga de família: mãe, filho, pai, perdoa!”.
O evento, que lotou a casa noturna localizada na Barra Funda, foi organizado com o apoio de Renato Ratier, proprietário do espaço e convertido ao evangelismo em 2024. Vestida com cabelos azuis e um figurino predominantemente preto, Baby alternou cânticos religiosos com mensagens de cunho espiritual, mas foi o trecho sobre perdão a abusadores que rapidamente viralizou e gerou indignação.
Nas redes sociais, os internautas classificaram as falas como “problemáticas” e “vergonhosas”, acusando o artista de minimizar a gravidade do abuso sexual, um crime previsto no Código Penal brasileiro. “Como pode uma pessoa que na juventude foi tão revolucionária chegar a esse ponto? Isso é um desserviço”, escreveu um usuário. Outro comentou: “Se não tinha vídeo, eu acharia que era mentira, de tão absurdo que é”. As críticas também atingiram Ratier, com alguns frequentadores comuns da D-Edge afirmando que não pretendem mais visitar o local após o culto.
A declaração de Baby do Brasil reacende debates sobre a complexidade do perdão em casos de violência e o impacto de discursos religiosos no processo de cura das vítimas. Até o momento, a cantora não se pronunciou sobre a polêmica. O caso expõe, mais uma vez, a polarização em torno de temas sensíveis como abuso sexual e a responsabilidade de figuras públicas ao abordá-los.