Um trabalho de pesquisa do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do IFSC/USP conquistou no decurso deste mês um dos oito prêmios atribuídos pela revista “Veja” e inseridos no “Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica”, distinções que foram concedidas a avanços em genômica, diagnóstico, prevenção, tratamento, saúde digital e coletiva.
Este prêmio visa distinguir, anualmente, iniciativas que, pela sua relevância, abrangência ou disruptividade, podem mudar, hoje ou amanhã, a eficiência, a assertividade e a sustentabilidade dos cuidados direcionados aos pacientes.
O trabalho do GNano, intitulado “Terapias e tratamentos inovadores: nanotecnologia para administrar medicamentos via nasal” é assinado pelos pesquisadores Natália Noronha Ferreira Naddeo e Prof. Dr. Valtencir Zucolotto. Nesse trabalho é destacada a informação de que o glioblastoma, um tipo de câncer cerebral, oferece uma série de desafios a médicos e pacientes, sendo que um deles é que a quimioterapia-padrão, via oral, que exige altas doses para superar a barreira hematoencefálica, cobrando o preço de muitos efeitos colaterais.
Para mitigar o problema, os cientistas do GNano criaram um sistema baseado em nanotecnologia que promete servir como um atalho mais seguro para o tratamento, um acesso pelo nariz. Para isso, foram criadas nanopartículas com o quimioterápico, recobertas por membranas de células retiradas do tumor. O truque faz com que essas estruturas, ao penetrarem os nervos olfativos, sejam atraídas pela região acometida pela doença no cérebro.
Testes in vivo, em modelos animais, demonstraram que o fármaco mantém sua configuração intacta e é capaz de acessar, combater e reduzir o tumor. A plataforma inédita abre portas para futuras pesquisas na aplicação da nanotecnologia na oncologia. (Sistemas nanoestruturados bioinspirados e biomiméticos para administração via nasal: uma nova perspectiva para a terapia de glioblastoma)
Outros prêmios:
*“Telemedicina e Plataformas Digitais: um programa de assistência remota a crianças com câncer” – Instituição: Instituto do Câncer Infantil (ICI) (RGS);
*”Inteligência Artificial na Transformação em Saúde: a plataforma que detecta e perfila o câncer de mama” – Instituição: A.C. Camargo Cancer Center ;
*”Medicina Social: o projeto que capacita professores para identificar o autismo” – Instituição: Instituto Jô Clemente (IJC);
*”Engajamento e Empoderamento do Paciente: um aplicativo contra a incontinência após a cirurgia da próstata” – Instituições: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal de Goiás (UFG);
*”Medicina de Precisão e Genômica: a descoberta do mecanismo de escape do coronavírus” – Instituições: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Harvard Medical School e Ragon Institute of MGH e MIT;
*”Prevenção e Promoção à Saúde: o mapa para prevenir sequelas da Covid-19” – Instituição: Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor/HCFMUSP);
*”Tecnologias Diagnósticas: à caça da hanseníase com um exame de sangue” – Instituição: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP)