Uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest e divulgada neste sábado (11) pelo jornal O Globo aponta a rejeição dos brasileiros em relação à Proposta de Emenda Constitucional do Quinquênio, que prevê aumentos salariais para carreiras jurídicas.
Segundo o levantamento, nada mais nada menos que 76% dos entrevistados se posicionaram contrários à proposta, enquanto apenas 13% expressaram apoio à medida. Ainda, 11% dos participantes optaram por não responder ou indicaram não saber sobre o assunto.
O estudo revela que a aversão à PEC é generalizada, com três em cada quatro entrevistados se posicionando contra a medida. Aprofundando a análise, os pesquisadores notaram uma tendência curiosa no recorte por renda: os respondentes de renda mais baixa demonstraram ser mais favoráveis à proposta do que aqueles de renda mais alta. Entre os entrevistados que recebem até dois salários mínimos, 17% expressaram apoio à PEC, comparados a 9% entre os que ganham mais de cinco salários. Por sua vez, aqueles que têm uma renda intermediária, de dois a cinco salários mínimos, registraram uma taxa de apoio de 12%.
O Brasil é um campeão mundial da desigualdade e a disparidade da remuneração no setor público é gritante. Metade dos servidores brasileiros recebe salário igual ou menor a R$ 3.400 mensais. Precisamos, sim, repor perdas salariais, após 42% de inflação desde 2016 – mas quinquênios e supersalários não são a maneira de fazê-lo. A PEC só aumenta o fosso que separa uma elite do funcionalismo de sua base. E, no lugar de valorizar o serviço público, contribui para reforçar uma imagem negativa na sociedade.
O quinquênio, que já havia sido extinto em 2006, foi ressuscitado por iniciativa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em um claro movimento de retrocesso nacional. Aprovado pela CCJ, agora corre o risco de ser também aprovado em plenário pelos senadores. Se passar também pela Câmara dos Deputados, a PEC vai inscrever na Constituição Federal um privilégio injusto e ultrapassado.
Vamos ver o que vai acontecer!