Professora da Itália que participará do III Encontro Internacional em Democracia Ambiental fala sobre o tema
Você se considera um ativista ambiental? Conhece pessoas que exercem, de alguma forma, o direito de buscar justiça em questões ambientais? Sabe como pode exercer a democracia ambiental para melhorar a sociedade?
“Ativismo é o conjunto de ações e esforços empreendidos por indivíduos ou grupos para promover mudanças sociais, políticas ou ambientais. Trata-se de uma forma de participação cidadã que visa influenciar decisões e políticas públicas, conscientizar a sociedade sobre determinadas causas e mobilizar pessoas para ações coletivas”, explica a professora Giulia Parola, da Universidade de Turim, na Itália. Ela será uma das palestrantes do III Encontro Internacional em Democracia Ambiental, que acontece no Campus São Carlos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), de 15 a 17 de outubro.
“Exercer ativismo ambiental pode variar de ações simples a iniciativas mais complexas”, detalha a professora. Entre as mais simples estão ações que podem ser praticadas no dia-a-dia tais como reduzir o uso de plástico, separar o lixo para reciclagem e promover a educação ambiental nas redes sociais. Plantar árvores e participar de campanhas de limpeza de praias e parques também são outros exemplos.
Já em um nível intermediário, as atividades incluem organizar e participar de manifestações e protestos, apoiar organizações ambientais por meio de doações ou voluntariado, e participar de conselhos municipais ou audiências públicas sobre questões ambientais. No topo do engajamento, esclarece a professora, estão ações como o desenvolvimento de projetos de sustentabilidade em comunidades e a realização de pesquisas científicas para embasar políticas ambientais; também inclui engajar-se em litígios ambientais para responsabilizar poluidores e criar e liderar ONGs ambientais – como a SOS Mata Atlântica, o Instituto Socioambiental (ISA), o Instituto Terra, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), entre outras.
Tipos de ativismo
A professora da Universidade de Turim detalha que, no campo ambiental, o ativismo pode ser fragmentado em várias áreas específicas. Um deles é o Ativismo Climático, focado em combater as mudanças climáticas e promover ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa; o Ativismo Normativo, por sua vez, está envolvido na criação e defesa de leis e regulamentações ambientais mais rigorosas; voltado à melhoria do ambiente urbano está o Ativismo Urbano, que inclui a promoção de espaços verdes, mobilidade sustentável e qualidade do ar.
Esses serão alguns temas dos GTs (Grupos de Trabalho) do III Encontro Internacional em Democracia Ambiental, que, este ano, tem como foco o ativismo ambiental como parte da solução. “O ativismo ambiental é uma manifestação prática da democracia ambiental, no qual os cidadãos usam seu direito de participação para influenciar políticas, promover a conscientização e pressionar por mudanças que protejam o meio ambiente”, relaciona a professora; ela será uma das coordenadoras do GT 7 – Populações Tradicionais, Ambiente e Ativismo durante o Encontro.
Além da participação de ouvintes, o Encontro está recebendo a submissão de trabalho, que pode ser feita até 31 de agosto. Os trabalhos apresentados durante o evento serão analisados e os selecionados serão publicados em revistas indexadas.
O Encontro é voltado a juristas, sociólogos, antropólogos, cientistas políticos, cientistas ambientais, engenheiros, arquitetos e urbanistas, técnicos e demais profissionais especializados; pesquisadores, professores, alunos de graduação e pós-graduação; membros do Ministério Público Estadual e Federal, profissionais do Poder Judiciário Estadual e Federal e demais interessados no tema. Os participantes receberão certificado.
O evento, que já foi realizado em Coimbra, em Portugal, e em São Luís (MA), apresenta palestras, oficinas e apresentação de trabalhos. A organização é do Instituto Jurídico da Universidade de Coimbra (IJ) e do Centro de Estudos em Democracia Ambiental (CEDA) da UFSCar. Confira todas as informações no edital, disponível no site www.ceda.ufscar.br. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo Instagram @cedaufscar e também pelo e-mail [email protected].