Saae enfrenta a pior estiagem dos últimos 15 anos

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Saae enfrenta a pior estiagem dos últimos 15 anos

Recursos da União, através do PAC, de quase R$ 80 milhões, e demais ações e investimentos da autarquia, ajudarão a diminuir impactos da falta d’água em São Carlos no presente e no futuro.

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São Carlos (SAAE), a exemplo de outros órgãos de saneamento da região, do Estado e do Brasil, enfrenta um dilema: a pior crise hídrica dos últimos 15 anos. São 65 dias sem chuva, um dos períodos mais extensos e mais graves da última década e meia em São Carlos, que já provocaram a diminuição dos níveis de água armazenada de grande parte dos 43 reservatórios do SAAE. Alguns deles estão, em média, operando com apenas 30% da capacidade. Aliado a esse problema, há outro igualmente significativo: o elevado consumo dos usuários em decorrência das altas temperaturas que têm sido registradas, mesmo em pleno inverno.

VAZÃO MENOR NO ESPRAIADO

No Centro de Captação do Espraiado, responsável pelo abastecimento de 11% da água consumida em São Carlos inteira, há uma redução considerável na água captada. Em junho de 2023, para se ter ideia, a vazão média do Centro era de 13.508 metros cúbicos por dia, ou 153,3 litros por segundo. Já agora, em junho de 2024, a vazão média está em 11.670 metros cúbicos por dia, ou 135,1 litros por segundo. A redução é de significativos 13,6% na captação de água. (gráficos anexos, dos meses de junho de 2023/2024).

Segundo a Defesa Civil de São Carlos, essa enorme estiagem já provoca um déficit hídrico de 100% na cidade, uma vez que dos 44,41mm de chuva previstos para junho, não foi registrado sequer 1,0mm, e o quadro poderá ser agravado já que não há previsão de chuva para os próximos dias. Como medida estritamente emergencial, o SAAE permanece com três carretas-pipa abastecendo de forma ininterrupta a grande Vila Nery, além de uma carreta-pipa na região do Parque Industrial, próximo ao Serasa. A autarquia também prossegue de forma contínua o trabalho diário de consertos de vazamentos em ruas e calçadas, uma média de 20 por dia, para conter a diminuição de perdas.

SAAE TEM RECURSOS FEDERAIS VIA PAC

Para atender as necessidades da autarquia e da população, a atual gestão desenvolveu projetos tecnicamente arrojados e conquistou recursos da União, via PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Entre eles, estão: ampliação da ETA CEAT, com aquisição e instalação de duas unidades de produção de água tratada através de membranas de ultrafiltração, no valor de R$ 19.798.500,00.

Construção de poço tubular profundo, com capacidade para 200m³/h no Parque Industrial, no valor R$ 4.887.263,40. Implantação de sistema de esgotamento sanitário, redes coletoras, interceptores, elevatórias de esgoto, linhas de recalque na região do Varjão e ampliação da ETE, com valor de R$ 35.551.170,98.
Além destes, também há implantação de redes de galerias de águas pluviais na Vilas Brasília e Costa do Sol, bacia do córrego Tijuco Preto, orçado em R$ 5.292.942,75. Implantação de redes de galerias de águas pluviais nos bairros Bela Vista e Recreio do Bandeirantes, região da Vila Prado, com R$ 11.393.667,66.

Construção de bueiro de talvegue e galeria de águas pluviais no Distrito de Santa Eudóxia, com R$ 719.266,65.

CIDADE ARACY E SANTA FELÍCIA TERÃO POÇOS

Duas das regiões mais populosas de São Carlos, grande Cidade Aracy e grande Santa Felícia, terão, cada uma, um poço profundo que conseguirá produzir 200 m3/h ( 200 mil litros de água, a cada 60 minutos).

A licitação para as obras foi aberta pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São Carlos (SAAE), no valor total de R$ 16,4 milhões: R$ 4 milhões do Santa Felícia e R$ 12,4 milhões do Cidade Aracy , que tem um valor maior porque também haverá a construção de um reservatório com capacidade para armazenar até 2 milhões e 650 mil litros d’água. Na Santa Felícia, a construção será atrás de um tradicional comércio atacadista. Já na Cidade Aracy, as duas obras (poço e reservatório) serão feitas em área própria do SAAE no Distrito Industrial. O financiamento é do Banco do Brasil.

O presidente do SAAE, Engenheiro Mariel Olmo, disse que este conjunto de ações e investimentos da autarquia, além da cesta de recursos do Governo Federal via PAC, de cerca de R$ 80 milhões, será capaz de aumentar o poder de enfrentamento a esta crise atual sem precedentes e as próximas também. “Assim como é angustiante para o usuário não ter água na torneira para ações básicas do dia a dia como hidratação, preparar a refeição, tomar banho, lavar roupa, enfim, também é para nós que não conseguimos garantir esse abastecimento em todas as horas do dia, em todos os dias da semana. O SAAE não ‘fabrica’ água, apenas capta, trata, armazena e distribui. Somos dependentes dos mananciais e, assim como outros municípios paulistas e brasileiros, nós, em São Carlos, também somos vítimas dessa estiagem histórica”.