Foto: Rafael Vianna Croffi/Wikimedia Commons)
A araucária é uma espécie nativa do sul do Brasil que atualmente ocupa apenas 3% de sua área original. Estudos indicam que, sem medidas de conservação, a espécie pode ser extinta até 2070.
Remontando ao período Jurássico, há cerca de 200 milhões de anos, a araucária pode atingir até 50 metros de altura. No Brasil, é predominante nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e ocorre de forma mais esparsa em São Paulo e Minas Gerais. É a principal espécie da floresta ombrófila mista, um ecossistema da Mata Atlântica que ocorre em regiões de maior altitude com chuvas ao longo do ano.
A exploração madeireira intensiva desde o século 19 reduziu drasticamente as florestas de araucárias. Durante a Segunda Guerra Mundial, a madeira da araucária foi o principal produto de exportação do Paraná, atingindo seu auge em 1963, quando representou 92% das exportações madeireiras do Brasil. Atualmente, a madeira ainda é explorada ilegalmente para abastecer a construção civil, agravando a situação da espécie.
Além do desmatamento, as mudanças climáticas representam uma ameaça significativa. O ecossistema da floresta ombrófila mista depende de temperaturas médias anuais entre 12°C e 20°C e de geadas frequentes, condições que podem se tornar raras com o aquecimento global. Projeções indicam que a araucária perderá pelo menos 70% de sua área de distribuição até 2050 devido às mudanças climáticas.
Iniciativas como a Araucária+, promovida pela Fundação Grupo Boticário e a Fundação CERTI, buscam a conservação do ecossistema por meio de modelos de negócios sustentáveis junto a proprietários de áreas naturais. Essas ações incluem práticas de manejo sustentável do solo e da vegetação, visando equilibrar a exploração econômica com a preservação ambiental.
A preservação da araucária é essencial não apenas para a manutenção da espécie, mas também para a conservação de todo um ecossistema rico em biodiversidade, incluindo plantas como imbuias e canelas, e animais como o papagaio-de-peito-roxo. A adoção de estratégias de conservação eficazes é crucial para evitar a extinção dessa espécie emblemática nas próximas décadas.