Para informar, combater o preconceito, ressaltar a importância do tratamento e em comemoração ao dia Dos Ostomizados, celebrado anualmente em 16 de novembro, a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPDMR), informa que os ostomizados tem garantidos a oferta serviços gratuitos pela Prefeitura de São Carlos via Sistema Único de Saúde (SUS).
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), oferece aos pacientes com ostomia serviços após a alta hospitalar da Santa Casa ou Hospital Universitário (HU), e o paciente é encaminhado para o Ambulatório de Feridas e Ostomias. Em pacientes que apresentam complicações ou lesões periestamas, é realizado acompanhamento, curativos e realização de laserterapia.
Já a Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida oferece o Cartão Mais Acesso e o Cordão Girassol, reconhecido pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência.
O secretário municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Rafinha Almeida, ressalta que as pessoas com ostomia têm direitos garantidos porém muitas desconhecem. “Nossa equipe está preparada para atender e orientar essas pessoas, inclusive sobre o Cartão Mais Acesso, documento que comprova a condição de deficiência de uma pessoa, permitindo o acesso a direitos garantidos por Lei em São Carlos”, explica o secretário.
O Cartão Mais Acesso tem validade de dois anos para as PCDs temporárias e quatro para as deficiências permanentes. Para ter direito ao Cartão as PCDs devem residir na cidade, ter laudo médico emitido com o Cadastro Internacional de Doenças (CID) atestando a deficiência.
Na SMPDMR também pode ser retirado o Cordão Girassol e o Cordão do Autismo, que foram criados com objetivo de facilitar e humanizar o atendimento às pessoas com alguma condição de saúde não perceptível facilmente pelos que estão ao redor. A ideia é poder reconhecer com mais facilidade quem precisa de mais suporte em espaços públicos ou no ambiente privado. O acessório também busca oferecer mais assistência e segurança a essa parcela da população.
Outras informações podem ser obtidas na Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, localizada na avenida São Carlos, nº 1.800, no centro ou pelo telefone (16) 3306-8523.
Dia Nacional dos Ostomizados: A data comemorativa foi instituída pela Lei nº 11.506/2007 com o objetivo de divulgar informações que contribuam para combater o preconceito contra as pessoas que utilizam o procedimento da estomia (ou ostomia).
Estomizados são pessoas que devido à má formação congênita, tumores intestinais, doença inflamatória intestinal, traumas abdominais, entre outras causas, foram submetidas a um procedimento cirúrgico para a abertura de um orifício, conhecido como estoma, para a saída de fezes ou urina.
De acordo com o Ministério da Saúde, existem mais de 400 mil pessoas estomizadas no Brasil. A função da estomia varia de acordo com o tipo de órgão ou víscera exposta, podendo ser para eliminação (intestinais e urinárias), respiração (traqueostomia) ou alimentação (gastrostomia), por exemplo. Podem ser temporárias (após um tempo pré-determinado serão fechadas por meio de nova intervenção cirúrgica) ou definitivas e a pessoa conviverá com ela durante sua vida.
A designação do tipo de estomia é definida pelo tipo de órgão ou víscera que será exposto: colostomia (cólon), ileostomia (íleo), gastrostomia (estômago), nefrostomia (rim), ureterostomia (ureter), vesicostomia (bexiga), cistostomia (bexiga com uso de cateter) ou traqueostomia (traqueia), entre outras.
Pessoas com estoma necessitam de diferentes equipamentos coletores e adjuntos para o seu processo de reabilitação, que podem variar conforme a faixa etária, o tipo de estoma, as características individuais relacionadas ao tipo de pele e à constituição física, as características do estoma e a presença de complicações.
Para cuidar da estomia os pacientes devem receber informações desde o pré-operatório e ao sair do hospital já devem estar seguros para o autocuidado. É essencial que saibam sobre seus direitos, onde encontrar polos de assistência e profissionais especializados que possam colaborar com quaisquer necessidades.
Apesar de ser um procedimento que proporciona uma nova oportunidade de viver com mais qualidade, o processo de adaptação inicial pode ser difícil.
Segundo o Guia de Atenção à Saúde da Pessoa com Estomia, do Ministério da Saúde, “condições traumáticas ou patológicas podem gerar necessidade de uma estomia para a manutenção da vida. Acredita-se que viver com estomia seja um desafio para a maioria das pessoas, as quais necessitam de cuidado e atenção qualificada dos profissionais de saúde, suprindo a demanda de assistência e a educação para o autocuidado”.
O guia também explica que “a pessoa com estomia poderá passar por uma turbulência de pensamentos e emoções relacionadas ao tratamento e reabilitação, além da adaptação ao novo estilo de vida. Portanto, preconiza-se que a assistência deva ocorrer de forma integral, considerando os diversos aspectos biopsicossociais, fisiopatológicos, nutricionais, psicológicos, sociais e espirituais da pessoa com estomia. Para tanto essas características individuais devem ser avaliadas e consideradas no seu contexto familiar, cultural, religioso, comunitário, sociais, econômicos, de escolaridade, dentre outros”.
Já a Federação Médica Brasileira destaca que “o portador de uma ostomia muitas vezes sofre com o preconceito, devido ao fato de que após a cirurgia o paciente deve ter cuidados especiais e algumas limitações, mas nada impede que ele mantenha uma vida normal de afazeres.
O principal desafio é a própria aceitação da pessoa que foi submetida à cirurgia, passando a entender os desafios e aceitar a sua nova condição de vida. Dessa forma, nada mais certo do que conscientizar as pessoas que convivem com ostomizados de que devem deixar o preconceito de lado e ajudar as pessoas que passam por esses desafios, servindo como apoio”.