Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em um tom otimista, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o Brasil vive um momento econômico singular em sua trajetória de 25 anos na vida pública. Durante entrevista ao programa Bom Dia, a Ministra , transmitida pelo Canal Gov da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na última terça-feira (25), ela declarou: “Eu não me lembro, nos 25 anos que faço vida pública, de mandato eletivo, de um momento onde todos os números da macroeconomia caminhavam tão bem”. A fala reflete os resultados positivos alcançados pelo Governo Federal, que, segundo o ministério, prioriza o desenvolvimento com políticas sociais robustas.
Tebet apontou uma série de indicadores que sustentaram sua avaliação. Entre os destaques estão o maior número de pessoas empregadas desde 2013, a valorização do salário mínimo acima da inflação, o desempenho recorde da balança comercial e a expectativa de uma safra agrícola histórica em 2025. Além disso, a aprovação da Reforma Tributária e a redução da pobreza extrema, que sinalizaram a saída iminente do Brasil do Mapa da Fome, foram celebradas como conquistas significativas. “Há muito tempo o Brasil não cresceu dois anos consecutivos acima de 3%. Isso significa mais renda, movimentos o comércio e a indústria”, enfatizou.
O ministério também abordou os desafios inflacionários, permitindo que os preços nos supermercados ainda pesassem no bolso dos brasileiros. “O mercado está caro, é verdade, mas, no comparativo ao governo passado, há quatro anos, temos inflação de dois dígitos. Hoje, está em torno de 5% a 5,5%, o que ainda é alto. Temos que mirar o centro da meta de 3%”, disse. Ela anunciou medidas como tarifa zero para importação de alimentos e liberação, por um ano, da comercialização nacional de produtos certificados municipalmente, como leite, mel e ovos. “Fizemos tudo no limite do possível para que, em 60 dias, os preços comecem a cair”, garantiu.
No campo fiscal, Tebet detalhou o orçamento de 2025, aprovado pelo Congresso Nacional em 20 de março, com um total de R$ 5,8 trilhões e um teto de despesas de R$ 2,2 trilhões, sob o arcabouço fiscal, evitando um superávit de R$ 15 bilhões. “Os investimentos em programas sociais estão garantidos. A gente estabelece prioridades: mais dinheiro na saúde, na educação e em projetos que alavancam a produtividade”, afirmou, respondendo à pergunta recorrente: “Que o Brasil quer? Para quem mais precisa de políticas públicas?”.
A Estratégia Brasil 2050, plano de longo prazo que visa dobrar o PIB per capita (atualmente em R$ 55.247,45) até 2050, também foi tema da entrevista. Tebet destacou a importância de incluir mais mulheres no mercado de trabalho – cerca de 60% – para alcançar essa meta ambiciosa, essencial para reduzir a pobreza, a miséria e a desigualdade. “Se quisermos comida na mesa e dignidade, temos que mirar nesse objetivo”, reforçou. Os “Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2025-2050” estão em andamento, com reuniões regionais previstas até junho, reunindo autoridades e a sociedade civil.
Apesar do cenário positivo, o ministério trouxe desafios globais e a necessidade de manter o foco. “Não vamos alcançar os 3% de inflação este ano, mas temos que trabalhar para baixar de 5% urgentemente, porque ela é o imposto mais cruel para os mais pobres”, concluiu. A entrevista reforça a narrativa de um governo que busca equilibrar o crescimento econômico e a justiça social, enquanto projeta um futuro de maiores prosperidades e inclusão.