“Se gasolina não baixar, governo será tratado como imbecil”, afirma Lula

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Durante evento na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na região metropolitana do Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou na sexta-feira (4) a demora no repasse das reduções de preços de combustíveis anunciadas pela Petrobras aos consumidores. Ele cobrou maior atuação de órgãos fiscalizadores para assegurar que os descontos cheguem às bombas e ao gás de cozinha, alertando contra práticas que, segundo ele, “enganam o povo brasileiro”.

“Não aceitaremos que a Petrobras anuncie cortes no diesel ou na gasolina e esses valores não cheguem aos postos. É inadmissível que o botijão de gás saia da estatal a R$ 36 e chegue às casas por R$ 140,” declarou Lula, destacando a necessidade de investigação sobre possíveis distorções no mercado. A Advocacia-Geral da União (AGU) já acionou órgãos de defesa do consumidor e da concorrência para apurar o problema, após a Petrobras realizar três cortes no diesel e um na gasolina em 2025, com repasses incompletos, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

Lula também questionou a venda de distribuidoras de combustíveis e gás pela Petrobras, sugerindo que essas empresas poderiam pressionar o mercado a refletir os ajustes de preço. O evento marcou o anúncio de um pacote de R$ 33 bilhões em investimentos da estatal em refino e petroquímica, abrangendo a Reduc, o Complexo de Energias Boaventura (ex-Comperj) e uma unidade da Braskem em Duque de Caxias. Embora os projetos já tivessem sido divulgados, a Petrobras optou por relançá-los em um evento com a presença do presidente, reforçando a agenda de fortalecimento da estatal.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou que os investimentos atendem às prioridades do governo Lula, que busca impulsionar a economia e a geração de empregos. Esta é a quarta participação de Lula em eventos da estatal em menos de um ano, após compromissos em Rio Grande (RS), Angra dos Reis (RJ) e no Complexo Boaventura, todos focados em expansão industrial e retomada do setor naval.