O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (23) que operações terrestres contra alvos na Venezuela podem ocorrer “muito em breve”, enquanto a campanha americana de ataques a embarcações suspeitas de tráfico se expande nas águas da região. A declaração aumentou a tensão diplomática em meio a uma série de ataques que já deixaram dezenas de mortos.
Trump disse aos repórteres que não vê necessidade de uma declaração formal de guerra para autorizar ações contra cartéis e grupos ligados ao tráfico e reafirmou que a Casa Branca pretende comunicar o Congresso sobre as operações. A administração também confirmou ter autorizado operações da CIA na Venezuela e ampliado a presença militar no Caribe e no Pacífico.
A ofensiva naval e aérea americana, que em dias recentes incluiu ataques a embarcações no Pacífico e no Caribe, já foi associada à morte de ao menos 37 pessoas, segundo balanços da imprensa internacional. Autoridades dos EUA afirmam que os alvos transportavam drogas; contudo, críticas cresceram por causa da falta de provas públicas e por dúvidas sobre a legalidade de ataques letais em águas internacionais sem mandato do Congresso. Especialistas e organismos das Nações Unidas alertaram para o risco de execuções extrajudiciais e violação do direito internacional.
A Casa Branca e integrantes do governo sustentam que a ação é necessária para conter o fluxo de narcóticos para os EUA e classificam as operações como parte de uma campanha contra organizações criminosas transnacionais. Por outro lado, líderes regionais e organismos internacionais pedem cautela: além da controvérsia legal, há receio de escalada militar e de impacto humanitário e diplomático na América Latina. A situação segue em rápido desenvolvimento, com repercussões políticas e jurídicas no campo nacional e internacional.