A Justiça Eleitoral cassou os mandatos da prefeita de Analândia, Silvana Marcia Perin Campbell Penna, e do vice-prefeito Valdemir Mascia, eleitos em 2024, por abuso de poder político e econômico. A decisão, assinada pelo juiz Leonardo Christiano Melo, também os torna inelegíveis até 2032.
A ação foi movida pela coligação Analândia do Bem, que denunciou o uso da máquina pública para favorecer a chapa. O processo apontou aumento expressivo na distribuição de benefícios durante o período eleitoral: a entrega de cestas básicas subiu de 50 para 120 unidades mensais em julho de 2024 (alta de 140%). Já os gastos com distribuição gratuita de bens e serviços saltaram de R$ 40 mil em 2023 para mais de R$ 546 mil até outubro de 2024.
Segundo a sentença, empresas terceirizadas foram usadas para contratar eleitores e oferecer serviços gratuitos, como limpeza de calçadas, em troca de apoio. Funcionários relataram ter sido coagidos a votar sob ameaça de demissão. Além disso, Silvana teria custeado transporte de eleitores com dinheiro da campanha, reforçando o uso irregular de recursos.
O juiz classificou a prática como uma forma “moderna e dissimulada de voto de cabresto”, ressaltando que a liberdade do eleitor foi diretamente atingida.
Com a cassação, a Justiça determinou a comunicação imediata ao TRE-SP para afastamento da prefeita e do vice, além da análise sobre a necessidade de convocar novas eleições no município.