Apesar do preço do café continuar pesando no bolso do consumidor, o cenário começa a mudar no campo. Desde março, com o início da colheita no Brasil, as cotações da bebida passaram a recuar, embora essa queda ainda não tenha chegado às prateleiras dos supermercados.
Segundo dados do IPCA-15 divulgados pelo IBGE, o café moído foi o segundo item que mais pressionou a inflação de junho, atrás apenas da energia elétrica. Apenas em relação a maio, o produto subiu 2,86%. No acumulado dos últimos 12 meses, o aumento chega a impressionantes 81,6%.
Enquanto isso, no campo, a cotação média mensal do café arábica — o tipo mais produzido e consumido no país — caiu 17% em junho na comparação com fevereiro, mês em que o valor atingiu o maior nível da série histórica iniciada em 1996 pelo Cepea/Esalq-USP.
Economistas apontam que o alívio para o consumidor deve começar a ser sentido no segundo semestre, mas de forma lenta e gradual. Isso porque o repasse dos preços da produção até o varejo costuma levar tempo. A expectativa é de que, se não houver problemas na próxima safra, os preços ao consumidor caiam com mais força apenas em 2026.