Pesquisadores da Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP), desenvolveram uma embalagem inteligente e biodegradável capaz de indicar se o peixe está apto para o consumo. O diferencial está no uso de extrato de repolho roxo, obtido de folhas danificadas que seriam descartadas.
Processadas com álcool e água, desidratadas e moídas, essas folhas geram um extrato que muda de cor ao entrar em contato com compostos liberados na decomposição do peixe. “Quanto mais roxo, melhor está o peixe. Quanto mais azul, pior”, explicaram os pesquisadores.
Segundo Josemar Oliveira, a embalagem usa um polímero biodegradável e antocianinas, pigmentos naturais presentes no repolho roxo. “Essas substâncias mudam de cor quando o alimento começa a estragar, pois reagem às mudanças de pH causadas pela liberação de compostos da deterioração”, resumiu.
O extrato é misturado a duas substâncias líquidas biodegradáveis e, com um jato de ar comprimido, se transforma em fibras semelhantes a algodão doce, formando uma manta que vai em contato direto com o peixe.
“Esse tipo de embalagem tem várias vantagens, e uma delas é que usamos materiais de fontes renováveis e o plástico utilizado também é biodegradável”, disse Josemar.
A tecnologia foi publicada em revista científica internacional e os pesquisadores agora buscam empresas interessadas em ampliar os testes. A técnica será aplicada em outros alimentos e tem baixo custo de produção.
Parabéns aos cientistas da nossa cidade por mais uma inovação com impacto real na segurança alimentar e no meio ambiente.
Créditos: Redação G1