O Vaticano confirmou na manhã desta segunda-feira, 21 de abril de 2025, o falecimento do Papa Francisco, aos 88 anos. Jorge Mario Bergoglio, o primeiro pontífice latino-americano e jesuíta da história da Igreja Católica, morreu às 7h35, na residência Casa Santa Marta, em Roma. A notícia foi comunicada pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo da Câmara Apostólica, que expressou “profunda tristeza” pela perda.
“É com grande pesar que anunciamos o retorno do Bispo de Roma, Francisco, à casa do Pai. Sua vida foi dedicada ao serviço de Deus e da Igreja, ensinando-nos a viver os valores do Evangelho com coragem, fidelidade e amor, especialmente pelos mais pobres e marginalizados”, declarou Farrell em comunicado oficial. O cardeal destacou o legado de Francisco como um “verdadeiro discípulo de Jesus” e pediu orações pela alma do pontífice.
Francisco enfrentava sérios problemas de saúde desde meados de fevereiro, quando foi internado no Hospital Gemelli, em Roma, inicialmente diagnosticado com bronquite. A condição evoluiu para uma infecção polimicrobiana complexa, resultando em pneumonia bilateral, que comprometeu gravemente ambos os pulmões. Durante a internação, o papa passou por crises respiratórias severas, incluindo um episódio semelhante à asma, além de insuficiência renal leve e anemia, que exigiu transfusões de sangue. Apesar de períodos de melhora, sua saúde permaneceu crítica, com uso de ventilação mecânica não invasiva.
No final de março, após 38 dias de internação, Francisco retornou ao Vaticano, mas com recomendação de repouso por dois meses. Sua última aparição pública ocorreu em 13 de abril, e, na semana passada, ele se reuniu com a equipe médica que o atendeu, agradecendo pelo cuidado prestado. “Obrigado por tudo o que fizeram. Continuem assim”, disse o pontífice, segundo relatos.
Nascido na Argentina, Francisco assumiu o papado em 2013, marcando a Igreja com sua abordagem progressista e foco na justiça social. Ele defendeu os pobres, promoveu a paz em conflitos globais, como na Ucrânia, e tomou medidas contra abusos sexuais clericais. Sua gestão também incluiu gestos históricos, como a celebração de uma missa na Península Arábica e visitas a Mianmar e ao Iraque.
As causas exatas da morte ainda não foram detalhadas, mas a saúde fragilizada do papa, agravada por condições preexistentes como a remoção parcial de um pulmão na juventude, contribuiu para o desfecho. O Vaticano deve divulgar mais informações sobre os ritos fúnebres e o processo de sucessão nos próximos dias.