O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), registrou um aumento expressivo em suas redes sociais após a operação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou 121 mortos. Em apenas três dias, seu perfil no Instagram passou de 464 mil para 1,2 milhão de seguidores, segundo dados levantados entre os dias 27 e 30 de outubro.
A operação Contenção, conduzida pelas polícias Civil e Militar, mobilizou centenas de agentes com o objetivo de cumprir 180 mandados de prisão e busca contra integrantes do Comando Vermelho (CV). O saldo da ação incluiu o bloqueio de vias, suspensão de serviços e a morte de quatro policiais.
Enquanto o governo estadual classificou a ofensiva como “um sucesso”, órgãos de direitos humanos e especialistas apontaram violência excessiva e possíveis irregularidades. A Defensoria Pública da União (DPU) destacou indícios de violações legais, e o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, cobrou do Brasil uma revisão profunda nos métodos de policiamento.
De acordo com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (GENI/UFF), desde que Castro assumiu o governo, em agosto de 2020, 1.846 pessoas morreram em operações policiais no Estado. Das 11 ações mais letais registradas no Rio desde 2007, seis ocorreram durante sua gestão.
A repercussão da operação dividiu opiniões: enquanto apoiadores exaltaram a postura firme do governador contra o crime, críticos alertam para o agravamento da crise de segurança e a banalização da letalidade policial no Estado.