O motociclista Nayn José Sales, de 28 anos, foi condenado nesta quarta-feira (15) a nove anos e quatro meses de prisão em regime fechado pelo crime de tentativa de homicídio com dolo eventual, após julgamento realizado pelo Tribunal do Júri de São Carlos. A sentença foi proferida quase um ano depois do atropelamento da triatleta Luísa Baptista, ocorrido em dezembro de 2023, na Estrada Municipal Abel Terrugi, via que liga os distritos de Água Vermelha e Santa Eudóxia.
De acordo com a decisão, o Conselho de Sentença reconheceu que o réu assumiu o risco de provocar a morte ao conduzir uma motocicleta em alta velocidade, sem habilitação e de forma imprudente, atingindo a atleta durante um treino de ciclismo. O caso, que gerou grande comoção nacional, ganhou destaque pela gravidade das lesões sofridas por Luísa, que passou por 28 cirurgias e permaneceu internada por mais de 100 dias.
O juiz Cláudio do Prado Amaral, que presidiu o julgamento, destacou na sentença que o comportamento do acusado representou “total desprezo à vida humana” e que a pena aplicada reflete a necessidade de reprimir condutas irresponsáveis no trânsito. Após o encerramento da sessão, Nayn foi encaminhado ao Centro de Triagem de São Carlos, onde permanecerá à disposição da Justiça.
A defesa do réu, representada pelo advogado Roquelaine Batista dos Santos, deverá recorrer da decisão.
Já para o Ministério Público, que sustentou a acusação, a condenação representa uma vitória para a sociedade e um marco na responsabilização de motoristas que agem com imprudência extrema. Luísa Baptista, que retomou aos poucos seus treinamentos, declarou recentemente que “estar viva é um milagre” e agradeceu o apoio recebido desde o acidente.
