Em entrevista coletiva realizada na quarta-feira (21), João Batista Muller, assessor do prefeito e responsável por órgãos na área de infraestrutura, fez um apelo à população do bairro Santa Felícia, em São Carlos, para que cesse a resistência à construção de 200 unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida, fase 1. O projeto, destinado a famílias de baixa renda, enfrentando oposição de moradores locais, que apontam suposta “falta de infraestrutura” para a instrução do projeto habitacional.
O terreno, cedido pelo município à Caixa Econômica Federal, foi escolhido para atender à demanda por moradia popular. No entanto, Muller destacou uma contradição nas críticas: segundo ele, os mesmos moradores que questionam a infraestrutura para o empreendimento social não se opuseram à construção de um “condomínio clube” voltado para classes de pessoas de alta vulnerabilidade, que inclui planos para inovações de piscinas. “Não houve reclamação sobre falta de água ou infraestrutura quando se tratou de um projeto para os mais abonados. Isso é incoerente”, afirmou.
O assessor classificou a resistência como uma forma de “apartheid social”, sugerindo que a campanha contra o projeto revela preconceito contra a população de baixa renda. Ele relatou que a oposição chegou ao ponto de alugar carros de som para incitar o bairro contra o empreendimento. “É triste ver uma comunidade que nasceu como bairro popular na década de 1970 rejeitar um projeto que beneficia os menos favorecidos. Quem busca exclusividade deveria optar por um condomínio fechado, não por um bairro de ruas abertas”, declarou Muller.
A prefeitura segue defendendo a implementação do Minha Casa Minha Vida no Santa Felícia, reforçando que o projeto é essencial para reduzir o déficit habitacional e promover a inclusão social. As discussões sobre o empreendimento continuam, enquanto a administração municipal busca diálogo para resolver o impasse.